Os vereadores pessoenses Marcos Henriques (PT) e Sandra Marrocos (PSB) comentaram nesta quinta-feira (4) o afastamento do delegado Francisco Azevedo da 9ª Delegacia de Polícia Civil, no bairro de Mangabeira, após a publicação de um texto no perfil pessoal no Facebook em que afirmou que “mulher petista é mulher rapariga, safada, rodada, gostosa de transar e fácil de se apaixonar”. Nesta quinta também foi aprovado por 16 a 2, com os votos contrários dos vereadores Bruno Farias e Carlão, um voto de repúdio contra Francisco.
De acordo com Marcos, a notícia do afastamento, confirmada pela Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) e publicada no Boletim Interno da Polícia Civil, foi recebida de forma tranquila pelos vereadores, que na manhã da quarta-feira (3) haviam protocolado o voto de repúdio na Câmara de João Pessoa contra a atitude do delegado.
“Recebemos de maneira muito tranquila sabendo que o governo do Estado iria tomar uma posição. Eu acho que o que foi escrito naqueles textos agride totalmente as mulheres do partido, mostra um rancor muito grande e sobretudo mostra um delegado demonstrando todo esse preconceito, todo esse ataque. O que a gente pode questionar é justamente isso: esse delegado ele não vai saber diferenciar uma mulher petista de uma mulher não petista no seu cargo, então eu acho que isso foi acertado”, declarou Marcos.
Já a vereadora Sandra ressaltou que o voto de repúdio não foi contra Francisco, mas sim contra a atitude machista, misógena, incentivadora do ódio e, consequentemente, à violência contra a mulher. “Que isso sirva de reflexão para ele voltar ao trabalho, porque não desejo que ele perca o trabalho, óbvio, mas que ele volte para ele com uma outra postura”, disse.
Sandra ainda contou que recebeu uma ligação do Delegado Francisco e que na oportunidade reafirmou sua posição contra os ataques praticados. “Eu disse ‘olha, Francisco, eu respeito o que quer ser dito, mesmo que eu não concorde, mas continuarei com minha atitude porque minha atitude política é em defesa da vida das mulheres'”, contou.
A Delegacia-Geral de Polícia Civil informou que uma investigação preliminar vai ser aberta pela Corregedoria da Polícia Civil. O procedimento tem um prazo inicial de 20 dias, podendo ser ampliado caso os corregedores julguem necessário. A partir desta investigação, o procedimento pode ser convertido em sindicância, processo administrativo disciplinar ou ser arquivado, caso a Corregedoria não encontre irregularidades no comportamento do delegado.
Da Redação