A vereadora Sandra Marrocos (PSB) alertou para a ideia de que o suicídio de mulheres pode ser uma das facetas do feminicídio mascarada na sociedade. A parlamentar lembrou, durante uma sessão ordinária desta nesta semana, na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), do caso da arquiteta e advogada Ana Helena Costa Lima, ocorrido na segunda-feira (12).
“Com 35 anos, Ana Helena Costa era mãe de dois filhos, um de 7 e outro de 10 anos. Imagino o grau de vulnerabilidade em que Ana estava para chegar a tal situação. Quero mandar o meu amor e carinho, e o de todo o movimento de mulher organizado na Paraíba para os familiares de Ana Helena e em especial para sua mãe. Ela é vítima sim. A maioria dos casos de mulheres que cometem suicídio no país está relacionada à violência doméstica e sexual, as estatísticas já comprovam”, lembrou Sandra Marrocos.
Segundo a vereadora, é preciso falar abertamente de suicídio sim, mas numa perspectiva de prevenção. “Não é fácil para a mulher, apesar de todas as ferramentas que temos para tomar a iniciativa, ter garantidas voz e vez. As questões que permeiam o feminicídio perpassam pela violência que não necessariamente a física, pois têm suas correlações com a violência intrafamiliar, econômica, na cultura masculina de que não se pode dividir o trabalho doméstico, no assédio sexual, além de diversas outras formas de violência pelas quais passamos todos os dias”, evidenciou.
Em aparte, o vereador Marcos Henriques (PT) cobrou uma abordagem mais responsável dos veículos de comunicação, que, segundo o parlamentar, “deveriam fazer o contraponto”, não contribuindo para a elevação das taxas de suicídio.