As razões da baixa vazão e atual suspenção do bombeamento das águas da Transposição do Rio São Francisco para o Eixo Leste da obra, na Paraíba, serão tema de audiência solicitada pelo Deputado Federal e Senador Eleito Veneziano Vital do Rêgo (PSB) junto ao Ministro da Integração Nacional (MIN) Pádua Andrade, a partir das 16h desta quarta-feira (28) em Brasília.
Veneziano revelou que, em em contato com o presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), João Fernandes, o mesmo explanou sobre os efeitos dessa suspensão, que prejudicou o volume da água que chegava ao açude de Camalaú, e, consequentemente, que ia para o açude de Epitácio Pessoa (Boqueirão), abastecendo diversas cidades polarizadas por Campina Grande.
Veneziano destacou que cobrará do ministro imediatas soluções para o retorno da vazão, por entender que não é a formalização da fase comercial da transposição, junto ao Governo da Paraíba, um motivo para manter esse contratempo. “A manutenção dessa vazão é algo de interesse de todos os paraibanos”, disse O parlamentar, destacando que tal atitude vem causando a milhares de paraibanos a diminuição dos volumes de vários mananciais na Paraíba.
Ele lembrou que, no Cariri, por exemplo, o açude da cidade de Sumé é que vem abastecendo os 14 municípios da região, dependendo, apenas, da água das chuvas, e que o manancial tem pouco mais 2 milhões de metros cúbicos da capacidade.
Em recente entrevista, João Fernandes salientou que o governo federal está, de certa forma, pressionando o Governo do Estado para já iniciar a fase comercial da transposição, e que, na Paraíba, esta cobrança deverá ser em torno de R$ 140 milhões. Ele frisou também que o Ministério deveria ter instalado um sistema de energia solar na obra, porque 90% do preço da transposição vai para pagar a energia que é gasta.
“O sistema ainda está em fase de teste e não custava nada continuarem os testes até o dia 31 de dezembro, continuando a alimentar o Rio Paraíba e Poções (em Monteiro), para mantermos a perenização do Rio Paraíba. Temos um equipamento caro para medir a chegada de água e nós tiramos porque parou o bombeamento. O ministro disse que ia manter a vazão, mas infelizmente não o fez. O que na verdade o que o governo federal quer é contratar essa operação, e o preço que eles vão cobrar pelo serviço nós estamos lutando para reduzir. Eu fiz um relatório com todos os dados do que chegava em Monteiro, em Boqueirão, e passei para um dos senadores da Paraíba e um deputado federal, pedindo para eles, para ninguém estar dizendo que eu estou pressionando. Quando eu coloco a situação nas rádios da Paraíba, não tem deputado e senador que não tome conhecimento dos alertas que estamos fazendo. Então nenhum deles pode se fazer de doido e alegar que desconhece o problema”, disse João.