Não foram por acaso os gritos de “Fora Temer” ouvidos durante os intervalos da cerimônia de apuração da escola campeã do Grupo Especial do carnaval 2018 do Rio de Janeiro. Algumas escolas deixaram de lado a hipocrisia e cantaram uma crítica ao país no qual vivemos, chamando a população para um protesto em forma de desfile, como foi o caso da vencedora, a Beija-Flor de Nilópolis.
A escola fez um paralelo entre o personagem Frankenstein, que está completando 200 anos, e os “monstros” do nosso país: a corrupção, uso indevido de impostos, desigualdade, intolerância religiosa, homofobia e violência. O esquema de corrupção que ficou conhecido como “Farra dos Guardanapos”, realizado pelo ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB) foi encenado durante o desfile.
Com o enredo “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”, escola conquistou o seu 14º título e foi parabenizada pelo público, não só na hora dos desfiles, como também nas redes sociais.
Outra que também deu o que falar foi a vice-campeã, a escola Paraíso do Tuiuti, que trouxe o Presidente Michel Temer como vampiro e críticas à Reforma Trabalhista, defendendo a ideia de que a escravidão não acabou, apenas mudou de forma.
Claro que depois disso o tom de protesto tomou conta da cerimônia de apuração e enquanto as notas das escolas de samba eram lidas pelo locutor da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), com transmissão ao vivo na TV, foram entoados, algumas vezes, gritos de “Fora, Temer”, mostrando que o povo deu continuidade aos protestos dos desfiles.
Redação Bastidores da Política