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TUDO PARA VENCER: Ideologias são sepultadas na hora de formarem alianças, diz cientista político

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Foi dada a largada para as composições entre os partidos políticos para formação das chapas proporcionais e na Paraíba, as negociações estão avançadas. Presidentes de partidos já começaram a fazer as contas e colocar as possibilidades de alianças na ponta do lápis, observando o coeficiente eleitoral e, principalmente, a possibilidade de vitória dos candidatos de cada legenda. A ideologia partidária geralmente fica de fora desse cálculo que tem o objetivo apenas de eleger.

O professor e cientista político, Lúcio Flávio, explica que o grande número de partidos no Brasil dificulta a priorização da ideologia partidária. Ele conta que é muito mais difícil abrir uma empresa do que fundar um partido. Daí o grande número de siglas no país. Ao todo, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são 35 legalizados. “Parece ser mais lucrativo ter um partido de que uma empresa”, disse.

Lúcio Flávio destacou ainda que a fragmentação partidária excessiva causa uma profunda confusão entre os eleitores, além de uma diluição ideológica e programática já que não existem tantas ideologias políticas assim.

Dessa forma, o professor explica que, como não foi ainda realizada uma reforma política que diminua esse número, os políticos, “desesperados para se elegerem ou se reelegerem, trocam de partido com a mesma desenvoltura com que mudam de camisa”.

“Além disso, o controle do partido exercido por um cacique, que tem poder de vetar uma candidatura ou não distribuir verbas (Não podemos esquecer que existe o milionário fundo partidário) faz com que os candidatos migrem para uma outra agremiação que ofereça melhores condições políticas e, principalmente,  financeiras”, afirmou.

Analisando o processo atual das composições partidárias, o professor Lúcio Flávio frisou que “no Brasil, infelizmente, a política virou um grande negócio, para o enriquecimento lícito do eleito e de seus partidários. O sistema político brasileiro é extremamente flexível”.

Bruno diz que não vale tudo para eleger

O deputado e presidente estadual do Solidariedade, Bruno Cunha Lima, disse que não concorda com as práticas utilizadas por muitos políticos nas composições para formação das chapas proporcionais. Para ele, na política, assim como na vida não vale tudo.

“Eu sou guiado por um princípio de ética. A política precisa resgatar um mínimo ético para que tenhamos uma política credibilizada. E não existe democracia sem uma política credibilizada. Só assim para termos um diferencial do que temos hoje”, destacou Bruno.

Segundo o deputado, a política está cada vez mais desacreditada por conta “dessa regra do vale tudo para se eleger”. “Comigo não é assim. Um mandato não vale a minha ética pessoal, a minha ética cristã e aquilo que eu acredito e isso é algo que jamais será discutido”, afirmou.

Ele garante que, por conta do vale tudo para se eleger, é que o Solidariedade está na oposição e também em função da sua coerência pessoal de três anos e meio militando na oposição na Assembleia Legislativa, como líder ou como vice-líder.

Bruno disse que a discussão da chapa proporcional será discutida dentro das oposições. “Vamos buscar possibilidade que viabilize tanto a eleição de deputados federais do partido, quanto de deputados estaduais, entendendo que nós temos um princípio norteador que é a coerência e a ética. E nenhum partido, seja da candidatura da oposição ou candidatura de governo, jamais vai ouvir da minha parte uma proposta que envolva o interesse pessoal”, garantiu.

O presidente do Solidariedade afirmou ainda que todo o processo será discutido por meio uma política maiúscula e eu sou de uma geração que não pode ser permitir o compromisso com o erro e política para mim não vale tudo.

MDB ficou esvaziado pelo temor da não eleição

O medo de conseguir alianças para composição da chapa proporcional, fez com o que alguns emedebistas históricos deixassem a legenda. Eles temiam que o senador José Maranhão, pré-candidato ao Governo do Estado, não conseguisse o apoio de outras legendas. Deixaram o MDB os deputados federais Veneziano Vital do Rêgo, Hugo Motta e André Amaral, além do vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Junior, e dos deputados estaduais Ricardo Marcelo e Nabor Wanderley.

Antes de deixar o MDB, o deputado VenezianoVital destacou o desejo de ter permanecido no MDB, no entanto disse que condições objetivas deveriam ser colocadas. “Desejo de poder estar no MDB é claro, agora precisam ser visíveis as condições objetivas. Se até o dia seis de abril não tiver as condições, qual o grau de segurança que eu tenho para a disputa?”, destacou à época.

O senador José Maranhão não chegou a se intimidar com a debandada garantiu a formação de uma chapa forte com um bom nome como vice. “Nós temos bons nomes para vice e nossa chapa será forte para o bom debate. As formiguinhas darão muito trabalho”, afirmou.

Maranhão logo após as desfiliações de aliados ainda mandou um recado para os adversários, apimentando o debate. “Ao meu lado a política é limpa e é baseada em desenvolvimento. Eu sou ficha limpa e a política precisa de homens maduros e coerentes”, garantiu.

PPS não aceitou políticos com mandatos

O PPS usou uma estratégia para conseguir eleger o maior número de filiados nas eleições deste ano já na ‘janela partidária’, quando não aceitou a filiação de políticos com mandato, após deliberação da direção estadual, à exceção de João Bosco Carneiro que tem histórico no partido.

De acordo com a direção da legenda, o motivo maior para justificar a decisão é o critério da competitividade e do perfil dos que estão pleiteando disputar um mandato legislativo pelo partido.

O presidente estadual do PPS, Nonato Bandeira, disse que a decisão de forma unânime e que a consulta aos que irão disputar mandatos foi um compromisso assumido com todos os que procuraram o partido para se filiar no momento em que existiam pouquíssimos aspirantes a um mandato na ALPB.

O presidente do PPS em João Pessoa, vereador Bruno Farias, comentou que a decisão do partido foi unânime e que não é direcionada a atingir deputado A ou B, a exemplo do então tucano, Antônio Mineral, que integra a base governista e pretendia se filiar ao partido. “É uma decisão colegiada, que foi tomada à unanimidade dos presentes naquele encontro em Campina Grande”, explicou.

Correio da Paraíba

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