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Título de cidadania a Sikêra Júnior é rejeitado por ampla maioria na Assembleia da Paraíba

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Uma intensa discussão foi gerada hoje de manhã na Assembleia Legislativa porque entrou em pauta o projeto de lei 652 de autoria do deputado estadual Cabo Gilberto, do PSL, prevendo a concessão do título de cidadania paraibana ao apresentador de TV, Sikêra Júnior. A proposta acabou sendo rejeitada por maioria. Somente o autor e o deputado Wallber Virgulino foram favoráveis.

A primeira a se posicionar contra foi Estela Bezerra (PSB). Ela antecipou o voto contrário e disse que o comunicador “teve uma passagem rápida e de conflitos pela Paraíba”. “Título se dá a quem tem ou teve alguma contribuição ao Estado e esse apresentador disse que as mulheres da Paraíba eram sujas, deveriam se limpar, fazer as unhas, e tivemos mobilização de mulheres em frente ao Sistema Arapuan justamente contra a falta de respeito dele à mulher paraibana. Achando pouco, ele desqualificou os pobres da Paraíba. Tratava a população mais humilde de maneira extremamente desrespeitosa. Ele foi enxotado por vários movimentos sociais e seria uma vergonha para esta Casa aprovar esse título. Os valores que Sikêra trouxe ao Estado são terríveis”, comentou a parlamentar.

Na mesma linha, a deputada Cida Ramos também considerou “um desserviço” ao movimento de mulheres “as atitudes desrespeitosas que a esta Casa se contrapõe”. “Há muita gente que merece ser cidadão paraibano porque contribuem e deixam algum legado ao nosso Estado. Já antecipo meu voto contrário”.

Edmilson Soares concordou com Cida e Estela e reprovou a concessão do título, brincando que estava ao lado de uma deputada bonita e cheirosa como Camila Toscano.

Jeová Campos recomendou cautela e critérios na concessão de honrarias e disse que a importância das homenagens deveria ser preservada: “Não entendo que o indicado seja merecedor. Por isso, meu voto também é contra”.

O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba chegou a afirmar que recomendaria a retirada de pauta do projeto, mas emendou: “Vossa excelência não quer nem ouvir, então, não vou recomendar”.

Na sequência, Buba Germano lembrou que a chegada de Sikêra à Paraíba foi semelhante à de um pop star, mas ele ainda citou que o apresentador desrespeitou as mulheres, atacou o Governo do Estado e causou vários conflitos. “Também sou contra”.

Pollyana Dutra chegou a pedir que Cabo Gilberto retirasse o projeto: “Retire para não ser devastadoramente derrotado para não colocar esse rapaz nessa situação. A Comissão da Mulher deve fazer até uma nota de repúdio”.

Raniery Paulino admitiu que Sikêra fez um bom trabalho ao denunciar corrupção na política, mas também reconheceu que ele foi agressivo às mulheres paraibanas e acrescentou que não se sentia à vontade para votar a favor do título para o apresentador. “Estou solidário às minhas colegas e às mulheres da Paraíba”.

Jane Panta também se posicionou contra e considerou as palavras de Sikêra uma agressão: “Não posso apoiar uma coisa dessas. O trabalho dele para mim foi apagado pelos ataques dele às mulheres”.

Jutay Menezes igualmente pediu que o projeto fosse retirado: “Seria prudente até para evitar esse debate que vai estampar os blogs e estar nas emissoras de rádio”.

Já a deputada Camila Toscano lembrou a frase de Sikêra segundo quem as mulheres que não pintam as unhas são “sebosas”: “Tudo está registrado na internet. É complicado a Assembleia tornar cidadão um homem que na TV usava sua influência e espaço para tratar as mulheres desta forma. A mulher tem liberdade para fazer o que quiser com o corpo dela”.

Contraponto – Wallber Virgulino (Patriotas) criticou o colega Jeová Campos e disse que ele seria o maior autor de propostas de homenagens. “Falta coerência dele. Se Sikêra agrediu alguém, foi o PSB. E ele mereceria um título somente por isso. Ele teve coragem de falar e eu tenho orgulho de ser conterrâneo dele”.

Autor da proposta, o deputado Cabo Gilberto (PSL) disse ser um parlamentar coerente e indiretamente criticou alguns colegas: “Vergonha é fazer parte da Operação Calvário ou da bancada do vinho”, provocou. Para ele, as declarações de Sikêra foram apenas “uma brincadeira”. “Pegaram uma pequena frase para descaracterizar tudo que ele havia feito. Quem não erra? Quem aqui é perfeito? Esta Casa já concedeu títulos a presos da Lava-Jato e eu nunca questionei. Não vi dessas pessoas que atacaram Sikêra nenhuma palavra quando Lula falou que as mulheres tinham o grelo duro. Alguém repudiou? Sei que é uma palavra chata, mas foi o que ele falou. Cadê os movimentos que defendem as mulheres”.

 

Parlamento PB

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