
A expectativa é que os candidatos ao cargo sejam inicialmente sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), pela manhã. Mesmo que algum seja reprovados, porém, todos terão seus nomes encaminhados à votação. A única chance de mudança ocorre em caso de desistência, o que pode acontecer até a deliberação.
Partido de Bezerra, o MDB, que detém a maior bancada da Casa, está dividido entre apoiar o correligionário ou Kátia Abreu. Além de parte dos emedebistas, Kátia conta com a simpatia do PT e do PP. Já Antonio Anastasia tem promessa de voto de membros da segunda e terceira maiores bancadas da Casa, respectivamente, o PSD e o Podemos.
Normalmente, a vaga ao TCU é definida por acordo, mas, neste caso, até ontem os senadores interessados em ocupar o cargo ainda mantinham as articulações para tentar virar votos e se viabilizar.
O escolhido para integrar o Tribunal de Contas vai ocupar a vaga de Raimundo Carreiro, apadrinhado pelos emedebistas José Sarney e Renan Calheiros (AL). Carreiro deixa a função após ser indicado por Jair Bolsonaro para assumir a embaixada do Brasil em Portugal. Além do processo dos cartões corporativos, estava sob a relatoria de Carreiro a o processo de investigação conduzido na corte sobre o dinheiro público gasto por Bolsonaro nas motociatas que ele fez pelo país durante a pandemia.
Processos que o novo ministro vai herdar
Cartão corporativo
No início do mês, o ministro Raimundo Carreiro adiou julgamento de auditoria sobre os gastos com cartão corporativo do presidente Jair Bolsonaro e de seus familiares. O adiamento ocorreu depois que o deputado Elias Vaz (PSB-GO) questionou a parcialidade do ministro para julgar o caso, já que fora indicado para ser embaixador pelo presidente. A auditoria foi feita pela equipe técnica do TCU e analisou os gastos, ao longo de 2019, de mais de R$ 14,8 milhões. O processo tramita em sigilo no tribunal.
Despesas com motociatas
Carreiro tinha em seu gabinete pedidos de apuração sobre gastos com motociatas das quais o presidente participou. Em um dos casos, o ministro já teria se manifestado contrário ao prosseguimento da apuração, baseado em entendimento de auditores do TCU de que não tinha sido possível detectar irregulares. O gasto estimado da Presidência nas motociatas foi de R$ 1 milhão.