Em uma entrevista reveladora – peito aberto, verbo solto – o secretário Luís Torres (Comunicação do Estado) descortinou no Rádio Verdade (Arapuan FM) os bastidores dos dias que antecederam ao fico do governador Ricardo Coutinho.
Uma decisão compartilhada antecipadamente a poucos.
E cujo enredo emitiu setas em todas as direções propositadamente.
A estratégia era mesmo confundir.
Para manter o enigma, Ricardo caprichou nos detalhes, construindo narrativas que garantisse o suspense.
Verdade seja dita (e Luís disse, sem medo de ser feliz), a indecisão que era real no governador até bem pouco tempo.
Mas depois que – finalmente – sacramentou a decisão, iniciou os movimentos que confundiria – até o último ato – a audiência ansiosa.
Entrou no pacote de “despiste” a ordem para antecipar a preparação da residência que ocupará a partir de janeiro, quando deixar a Granja Santana.
A agenda superlotada de inaugurações (o estafe chegou a cogitar entregas de obras até no feriadão de Semana Santa).
E até mesmo a polêmica criação da guarda para ex-governador, encaminhada à Assembleia Legislativa com a intenção de suscitar o debate e distribuir mais uma seta na direção errada.
A base aliada dedicada, porém, não entendeu o recado. Ao invés de debater, fez a guarda virar realidade.
O debate veio, mas com ônus.
Não, o governador não estava se divertindo com a trama digna dos melhores suspenses de Agatha Christie.
Estava testando os aliados.
E alguns deles não passaram no teste.
Ligações não eram mais atendidas. Mensagens, ignoradas.
“E, se não tivessem sido bem brifados, até o café do governador teria sido servido frio na Granja”, aposta o secretário Luís Torres.
O café de Ricardo continua quente.
E ele o sorve, agora, com mais segurança sobre as pessoas que dele devem partilhar.
As informações são do Blog da Adriana Bezerra