O PSDB está em pé de guerra, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo. “A disputa pela indicação de quem será o candidato a presidente pela sigla, a ser decidida em prévias no dia 21 de novembro, ganhou ares de guerra fratricida”, relata o jorna
Nesse domingo (17), os dois principais postulantes, os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), voltaram a trocar farpas, agitando as hostes tucanas.
O gaúcho veio a São Paulo para buscar apoios de correligionários supostamente fiéis a Doria. Aproveitou para estocar o paulista. “Negar participação no debate e lançar suspeitas à forma de votação é coisa do bolsonarismo. Espero que não volte o BolsoDoria”, disse Leite. Ele se referia a dois pontos. Um, a crítica feita por aliados do paulista ao aplicativo lançado pelo PSDB para as prévias, desenvolvido coincidentemente no Rio Grande do Sul.
Para auxiliares de Doria, o programa é vulnerável a fraudes por estar aberto na internet e por permitir cadastros sem muito controle. O outro item abordado pelo gaúcho foi a recusa inicial de Doria de participar de um debate com Leite e o ex-prefeito manauara Arthur Virgílio, azarão das prévias, na terça (19) em evento dos jornais O Globo e Valor Econômico.
Mas mais importante, ele falou no voto de segundo turno de 2018 que vinculou o tucano à onda que elegeu Jair Bolsonaro presidente. De 2019 em diante, Doria afastou-se do titular do Planalto e virou seu maior adversário estadual no contexto da pandemia e da disputa sobre a campanha de vacinação, mas o epíteto sempre é lembrado por adversários.
Há, claro, alguma ironia na fala de Leite. Entre seus 25 titulares de secretarias no governo gaúcho, ao menos 5 são bolsonaristas explícitos ou ligados a apoiadores do presidente.
Ainda de acordo com a reportagem, assim como Doria, Leite também foi eleitor de Bolsonaro no segundo turno e depois se disse arrependido. No sábado, Doria voltou atrás e aceitou participar do debate. Tucanos mais neutros na disputa entre os dois aplaudiram a decisão, embora ressaltem que tal evento pode apenas explicitar as divergências internas da sigla.
O governador paulista não respondeu à citação. Para tanto foi escalado o presidente do PSDB-SP, o secretário Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional). No Twitter, ele disse: “Leite vem a SP e ataca Doria mais uma vez. Diálogo na teoria, agressão na prática. É momento de termos um candidato para unir o partido e o país, não para dividir”.
Brasil 247