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Polícia Federal avisa ao STF que nos próximos dias tomará depoimento de Bolsonaro sobre interferências na corporação

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A Polícia Federal enviou um ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, no qual avisa que “nos próximos dias torna-se necessária a oitiva” do presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas de interferências indevidas na corporação.

“Informo a Vossa Excelência que as investigações se encontram em estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do senhor Jair Messias Bolsonaro, presidente da República”, escreveu a delegada Christiane Correa Machada, coordenadora do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq) da PF, que conduz o inquérito contra o presidente. O ofício foi enviado na última sexta-feira.

No ofício, a PF não informa se o depoimento será feito por escrito ou de forma presencial. O aviso a Celso de Mello foi feito pela delegada para que o ministro possa se posicionar sobre o depoimento, caso queira definir se será por escrito ou presencial.

O inquérito apura se Bolsonaro demitiu o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo para interferir indevidamente em investigações em andamento na corporação, como apontado pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro no seu pedido de demissão.

A PF recebeu nas últimas semanas cópia de investigações que podem demonstrar o interesse de Bolsonaro em interferir na corporação, como um inquérito eleitoral contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que apura sua evolução patrimonial e foi arquivado.

O GLOBO revelou que as pressões públicas de Bolsonaro para troca do superintendente da PF no Rio começaram depois que o juiz desse caso determinou que o caso fosse enviado à PF para realização de diligências, dentre elas a tomada do depoimento do senador.

A PF também recebeu informações do Gabinete de Segurança Institucional sobre a troca nos serviços de segurança do presidente e pediu mais detalhes ao Palácio do Planalto sobre o processo de exoneração do então diretor-geral da PF Maurício Valeixo, um dos focos da investigação.

 

O Globo

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