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Planalto admite desgaste com postura de Bolsonaro em relação à crise na Bahia

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A decisão do presidente Jair Bolsonaro de manter suas férias em Santa Catarina enquanto uma tragédia natural já ceifou 24 vidas na Bahia vem sendo criticada por aliados próximos do Palácio do Planalto e gerado furor nas redes sociais. Os mesmos auxiliares que reprovam o comportamento do chefe ponderam, contudo, que, embora à distância, Bolsonaro tem mantido contato permanente com os ministros que estão na ponta do problemas e por isso, segundo elas, as ações de socorro do governo federal não foram prejudicadas.

Reservadamente, um ministro e um congressista próximo ao Planalto admitiram que a determinação do presidente em não cancelar o período de descanso gerou incômodos. O ministro diz que faltou “empatia” a Bolsonaro. Traçando um paralelo com seu superior, diz que ele próprio ficou dois dias com a roupa do corpo supervisionando as ações da pasta que comanda nas áreas atingidas pelas chuvas no Sul da Bahia, que, além dos mortos, deixaram 91 mil pessoas desabrigadas. Nos últimos dias, Bolsonaro se dedicou a passear de moto aquática no litoral catarinense, provocando aglomeração.

O governador da Bahia, Rui Costa, foi às redes sociais mandar indiretas ao presidente. Sem citá-lo nominalmente, escreveu que não há como governar “sem cuidar das pessoas”. “Nas zonas rurais, há muitas pontes destruídas, o que representa um prejuízo enorme. (…) À medida em que faço essas visitas, vou identificando, junto com a equipe técnica, as necessidades que envolvem limpeza das ruas, desapropriação de áreas para novas casas, além do acolhimento às pessoas” publicou Costa em seu perfil no Twitter.

As redes sociais foram a trincheira de uma guerra de hashtags contra e a favor do presidente. O movimento ganhou força com o termo #BolsonaroVagabundo. Os eleitores bolsonaristas reagiram: levaram aos Trending Topics a hashtag #BolsonaroOrgulhoDoBrasil. De acordo com BotSentinel, ferramenta que monitora a ação de robôs na internet, as críticas se sobrepuseram às iniciativas de defesa do presidente. Até o início da manhã de ontem, #BolsonaroOrgulhoDoBrasil reunia 55,3 mil publicações, enquanto a hashtag usada para criticar o presidente tinha mais do que o triplo de postagens: 170 mil tuítes.

 

O Globo

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