“Impressionam de verdade neste cenário pandêmico o número, a frequência, a intensidade e mesmo a inoportuna insistência com que alguns peroram, sem pudor, sobre teses, ‘protocolos’ e fórmulas de ‘tratamento precoce’ para a Covid-19”, diz Margareth Dalcolmo.
“Mais grave ainda é vê-las proliferar com a anuência e beneplácito inclusive de políticos e prefeituras, que distribuem o que já denominei de ‘saquinhos de ilusão’, contendo uma panaceia de remédios, que mistura antibióticos, corticoides, vermífugos, vitaminas, zinco, até a obsoleta cloroquina, para uma suposta prevenção de agravamento da doença. Tristes, testemunhamos as mortes de alguns defensores dessas prescrições, quase como seita (…).
Esse é um dos perigos em um momento tão difícil e doloroso como o que vivemos, em que ceder à tentação de exercer um determinado poder, se valendo da credulidade de muitos, pode custar vidas.”
O Antagonista