Ainda de dentro da prisão, o ex-presidente Lula deu o direcionamento que fez o PT ajustar o discurso crítico ao governo de Jair Bolsonaro. “Mais do que a crítica à Lava Jato e à pauta conservadora do governo, a prioridade do partido será a questão econômica”, diz reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo (24).
Prevendo algum crescimento econômico a partir de 2020 – mesmo que modesto -, o partido “passou a centrar fogo na qualidade dos empregos gerados e na aposta de que a melhora do ambiente econômico será sentida por apenas uma parcela da população, o que deve contribuir para o aumento da desigualdade social”, diz a reportagem.
“Pode haver algum crescimento, mas seu efeito não chega à porta da casa do trabalhador. Vai ser muito concentrado numa determinada faixa da população, mais favorecida”, diz Fernando Haddad.
O discurso nessa linha já havia diso esboçado no Plano Emergencial de Recuperação de Emprego e Renda, lançado pelo diretório nacional petista em agosto. E, em novembro, ao deixar a prisão, Lula bateu forte na economia, em especial na precariedade dos empregos que vêm sendo gerados, simbolizados na imagem dos entregadores de comida que trabalham para aplicativos.
“Ainda que a atual equipe econômica possa produzir melhoras pontuais nas expectativas empresariais e alguma recuperação episódica, não será capaz de construi um ciclo sustentável de investimentos e um novo modelo de desenvolvimento socialmente inclusivo”, diz trecho do documento.
“O Brasil pode até viver um processo de crescimento, mas será de estilo voo de galinha (…). Os empregos que estão sendo criados são extremamente precários. Têm baixa remuneração e quase nenhum direito. Isso termina não trazendo o sentimento de melhora para população”, diz o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Brasil 247