O município de Cabedelo tem aproximadamente 68 mil habitantes, dos quais 39.2% da população recebe, apenas, um rendimento médio de meio salário mínimo por pessoa a cada domicílio, segundo dados atuais do IBGE. E quando falo de tais estatísticas, aí não estão incluídas crianças e adolescentes em idade escolar.
Um absurdo, já que Cabedelo é a cidade da Paraíba com o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB), cuja cifra chega a R$ 2,4 bilhões ano, ficando apenas atrás de João Pessoa e Campina Grande, respectivamente.
Então, qual o motivo de uma localidade com apenas 68 mil habitantes ter uma qualidade de vida tão deficitária? Para efeito de comparação desse caos que assola a cidade portuária, a população de João Pessoa está em torno de 721 mil habitantes.
Ou seja: algo próximo a 11 vezes o número de habitantes de Cabedelo. Agora pergunto e respondo: qual o melhor sistema de saúde, educação e saneamento básico?
Deveria ser o de Cabedelo, em termos proporcionais, se bem distribuída toda riqueza municipal. Mas, infelizmente, não é! Os cabedelenses buscam o sistema de saúde de João Pessoa, uma vez que o município que “abriga” o Forte de Santa Catarina é fonte de denúncias recorrentes.
E nas queixas residem negligências de todas as formas, como mau atendimento no sistema hospitalar, insumos hospitalares em falta e perseguição política à maioria dos funcionários das Unidades de Saúde Familiar que se contrapõem à gestão municipal. Problemas similares figuram no campo educacional e saneamento básico, praticamente inexistente em comunidades carentes. Basta visitá-las para constar in loco a problemática.
Para piorar, “existe” um hospital municipal que não supre as necessidades completas da população; e os que tentaram modificar esse quadro alarmante quase sempre são postos no ostracismo e outros exonerados. Os que têm compromisso com a vida, por não suportarem tamanho descaso, deixam a unidade acéfalo e solicitam o desligamento das suas funções. Em bom português, sem cabeça.
Prefeito em situação descontrolada
É só lembrar o fato do incêndio no bloco cirúrgico do Hospital e Maternidade Municipal Padre Alfredo Barbosa em Cabedelo no início do ano. Em total descontrole emocional, o prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo, utilizou o microfone do carnaval milionário promovido na cidade, mas sem um ganho efetivo para o povo de Cabedelo, no intuito de mandar seus adversários políticos “chuparem” sabe-se lá o que, enquanto a unidade hospitalar de referência municipal estava às cinzas. E assim ficou por um bom tempo.
Uma gestão fake “patrocinada” por um carioca
O prefeito Vítor Hugo, nascido no estado do Rio de Janeiro, mas que se diz cabedelense, é indiciado na operação Xeque Mate, de repercussão nacional. Promove ou tenta ele promover concursos públicos suspeitos. Diz, em suas redes sociais, em atitude de verdadeira comédia pastelão, que o turismo teve um salto significativo em sua gestão. Algo que não condiz com a verdade.
Cabedelo vive a reboque de João Pessoa em turismo sazonal. Todos os anos milhares de pessoas, principalmente do interior do Estado, ocupam suas respectivas casas de veraneio. Há décadas, claro! E como cidadão da terra do Cristo Redentor, não sabe ou não quer saber o gestor que a “praxe” no verão cabedelense é essa. Não foi ele que “inventou” a roda, já o fake…quem sabe?
Economia de Cabedelo em colapso absoluto
O comércio de Cabedelo está falido. E com a propagação do Covid-19 está literalmente em estado terminal. A cada dia pequenos e microempreendedores fecham suas portas. Não se sabe, efetivamente, onde é aplicado o IPTU. Escolas sucateadas, Unidades de Saúde Familiar em franca decadência, saneamento básico em comunidades carentes inexistentes, pavimentação asfáltica ou em paralelepípedos apenas em bairros nobres, a exemplo de Intermares. Aliás o prefeito mora nas adjacências. Coincidência ou valorização dos seus imóveis?
Gestão na mira do Tribunal de Contas da Paraíba
Recorrentes problemas no Tribunal de Contas do Estado (TCE); boa parte dos vereadores servindo não ao povo, mas aos interesses do próprio prefeito, blindando-o da Operação Xeque Mate, e um séquito que o “banca”, ou ao contrário. Essa é a realidade de uma localidade rica, bela por natureza, mas com um gestor à frente do cargo de prefeito comprometido com o desastre social.
Jovens, drogas e falta de lazer
Falta de espaços de lazer para os jovens que, a cada dia, por não terem opção de uma educação de qualidade, eventos culturais e similares entram, infelizmente, no mundo das drogas.
Pais que não têm quaisquer perspectivas para dar um sustento digno às suas respectivas famílias; um porto que serve, à noite, como local de prostituição, consumo e venda de entorpecentes, o mesmo valendo para o Forte de Santa Catarina, que hoje também é destino para os mesmos propósitos, bem como estupros e “desova” de cadáveres.
A própria falta de diálogo do atual gestor com o governo da Paraíba e a União é um problema crônico da atual gestão. Ou seja: Cabedelo é uma “ilha” rica para poucos. A maioria da população, repito, vive de forma per capita com pouco mais de R$ 500 reais.
Diálogo com o povo? A atual gestão começará tão logo o período eleitoral comece.
E nessa situação de pura calamidade, bem longe dos vícios demasiados e públicos de um gestor que hoje ocupa o cargo de prefeito em “golpe” de pura sorte, por ter sido desarticulada uma quadrilha que atentou contra a coisa pública cabedelense que, repito, o prefeito Vitor Hugo figura como indiciado, os cabedelenses necessitam, urgente, de um gestor preparado, conduta administrativa inquestionável e pessoa ilibada.
Oposição deve se unir em defesa do povo de Cabedelo
A oposição ao prefeito Vitor Hugo é composta por homens e mulheres sérias. Todos comprometidos com o crescimento da cidade. Mas há um ponto ou elo fraco na corrente. Elo que identifico com a mais profunda clareza.
Ou a oposição se alia na busca de encontrar mecanismos legítimos para derrotar a terceira máquina pública municipal mais forte da Paraíba, ou serão mais quatro anos de um governo que olha para seu próprio umbigo e dos apaniguados.
Felipe Leitão no cenário da disputa de Cabedelo
E em tal contexto surge um novo nome para dar fôlego à oposição cabedelense. Trata-se do deputado estadual Felipe Leitão (Avante), parlamentar mais bem votado na cidade portuária e líder do G11, grupo que integra a Assembleia Legislativa da Paraíba com grande respaldo político. Algo que, sem dúvidas, trará bons frutos e projetos para o desenvolvimento da cidade.
E para escolher um cidadão que nasceu no Rio de Janeiro, utiliza suas redes sociais para promover uma Cabedelo “fake”, mostrando apenas as belezas naturais da cidade e o “desenvolvimento” em bairros nobres, a população deve refletir se prefere, no próximo pleito, votar em um paraibano da gema, que destinou emendas parlamentares significativas para o município, ou apostar em algo que já apresenta truculência, vícios e descontrole emocional.
Eliabe Castor
PB Agora