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“Não somos nós os especialistas em crime organizado”, dispara Romero em resposta a Azevêdo

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O prefeito Romero Rodrigues (PSDB), de Campina Grande, reagiu duramente às declarações do governador João Azevêdo (PSB), em entrevista na manhã da sexta-feira, 22, na qual lançou suspeitas sobre as causas da explosão na estação de tratamento de Gravatá, da Cagepa, em Boqueirão.

Em coletiva, ao considerar o fato muito estranho, Azevêdo tentou fazer conexões ao debate, estimulado pela Prefeitura, sobre a concessão da empresa em Campina.

– Sinceramente, o governador, ao insinuar nas entrelinhas suposta sabotagem no sistema de distribuição de água para a cidade, fala sobre um tema que não faz parte de nossa cultura política e naturalmente vamos botar a carapuça. Mas, a bem da verdade, esse tipo de prática que ele insinua fica bem a cargo de organizações criminosas, que não aplicam limites para seus maus feitos, como vem demonstrando no momento o Ministério Público e a Justiça em relação às atividades delituosas no alto escalão do Estado nesses últimos governos – respondeu Romero Rodrigues.

Indignado, Romero destacou que, de sua parte, diante da responsabilidade e compromisso com o povo de Campina Grande, sua atitude foi, sim, propositiva, no sentido de somar os esforços para que os problemas gerados pelo sucateamento da Cagepa fossem minimizados na cidade.

Uma série de medidas, com base num decreto de calamidade pública, vêm sendo adotadas desde ontem, após se constatar que a empresa estatal sequer teve capacidade de implementar um plano de contingência.

O chefe do Executivo municipal destacou ainda o contato pessoal com o comando do Corpo de Bombeiros na cidade e com a gerência local da empresa, oferecendo apoio.

De acordo com Romero, João Azevêdo, além de tudo, é mal informado. Ele lembrou, por exemplo, que esse debate sobre a concessão da Cagepa para exploração dos serviços em Campina Grande teve início a partir de uma ação judicial movida pelo ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo, atual senador pelo PSB, partido do governador, em 2006.

Na ocasião, a Justiça indeferiu o pedido, alegando que àquela altura ainda não tinha vencido o prazo da concessão, o que só veio a ocorrer em 2014, quando foram completados exatos 50 anos.

Romero Rodrigues observou que, mais do que ninguém, a Prefeitura de Campina Grande tem interesse direto em saber os reais motivos do incidente em Gravatá e estranha, por sinal, que a própria Cagepa só tenha decidido registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil seis dias após a explosão que danificou os equipamentos.

De sua parte, o prefeito já orientou o procurador geral do município, José Fernandes Mariz, a ingressar com um pedido de investigação junto ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB).

Para Rodrigues, por fim, há uma imagem que considera simbólica em relação ao desleixo, negligência e pouco caso da Cagepa e do Governo do Estado em relação à Estação de Tratamento de Gravatá e à própria cidade de Campina Grande.

Uma foto tirada após a explosão mostra que a pintura ainda existente no prédio data da primeira gestão do então governador Cássio Cunha Lima, em 2003, com a aplicação da marca institucional do governo do tucano.

“Há mais de uma década, aquela estrutura tinha sido deixada ao Deus-dará”, lamentou Romero.

 

 

Paraíba Online

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