A Orla de João Pessoa foi palco, neste domingo (29), da 18ª edição da Parada LGBTQI+, que reuniu milhares de pessoas, na Avenida Cabo Branco, em uma mobilização em defesa dos direitos adquiridos nos últimos anos e por mais respeito e o fim do preconceito.
A Parada deste ano teve como tema ‘Memória, Verdade e Justiça: 50 anos de Stonewall’, em celebração as quatro décadas do movimento LGBT+ no Brasil e 50 anos da revolta de Stonewall, em Nova Iorque, quando no dia 28 de junho de 1969, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e boêmios, reagiram à repressão policial no bar, denominar Stonewall, onde sofriam agressões e abusos.
O evento contou com uma extensa programação de shows, que tiveram as cantoras Lorena Simpson, embaixadora da diversidade sexual, Amannda, e Mermaid, DJ oficial do evento, como atrações principais. Também fizeram houve shows de Val Donato, Misandri, Isa Queiroz, Magaly Mel, Patrick, Lohanny Lorenzzi, Arquiza, Alemão Guerreiro, Ballet K17, DJ Mermaid, e com presença das misses Gay e Trans Paraíba. O evento também contou com tendas com serviços do Espaço LGBT, com distribuição de preservativos e panfletos informativos. Além disso, contou com um esquema especial de segurança e trânsito.
A DJ Mermaid, que participa do evento há 18 anos, desde de a 1ª edição em João Pessoa, destacou que a luta dos integrantes do movimento é diária. “Apesar de toda a evolução que nós tivemos, infelizmente o preconceito ainda existe, e que nunca deixou de existir. Houve uma evolução das pessoas, uma evolução dos conhecimento, de orientações, de informações, mas as pessoas ainda têm aquele preconceito guardado dentro dela e só querem uma brecha para expor. Por isso, nossa luta é diária”, comentou.
De acordo com Mermaid, na primeira parada, realizada há 18 anos, contou apenas com 1.500 pessoas, a do ano passado em torno de 60 mil, e a de ontem,o público estimado foi de 100 mil pessoas.
Direitos Humanos
Várias autoridades, que apoiam as lutas do movimento estiveram presentes no evento, dentre eles, o procurador da República, José Godoy; o procurador do Trabalho, Eduardo Varandas; a secretária executiva da Mulher e Diversidade do Estado, Lídia Moura; o secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, entre outros.
O procurador Eduardo Varanda destacou a importância do evento como forma de reivindicar direitos humanos. Ele destacou que a partir dessas mobilizações muitos avanços foram obtidos, mas é preciso avançar ainda mais.
“O Brasil é o país que mais mata homossexuais e transgêneros no mundo, inclusvie mais do que no Afeganistão e outros países onde o homessexualismo e a transexualidade são considerados crimes. O Brasil é um país extremamente preconceituoso, especialmente nos últimos tempos. Então, eu acho que independentemente da opção sexual ou da identidade de gênero, todas as pessoas devem lutar pelos direitos humanos que são de todos, e não de uma categoria só. Essa é a intenção da parada deste ano”, declarou.
Marly Soares, do Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria, que integra a Comissão Organizadora junto com o Movimento do Espírito Lilás (MEL, Associação das Travestis e Transexuais da Paraíba (Astrapa), Movimento de Bissexuais (Movibi) e Petris – Coletivo de Homens Trans da Paraíba, também falou a importância da Parada deste ano.
“O evento chegou a sua maior idade, chamando a atenção da sociedade e das autoridades para se implementar e consolidar as políticas públicas e denunciar o preconceito, as violações e violências praticadas contra a população LGBT. O tema convoca a sociedade para refletir sobre a memória, verdade e justiça, pelos direitos conquistados e pela defesa da democracia”, comentou.
Futebol de areia
Durante o evento também houve a realização de um torneio de futebol na praia, com premiações aos participantes e uma série de atividades paralelas, destinadas aos participantes. Além da divulgação de eventos similares em outras cidades para fortalecer ainda mais o movimento por igualdade e contra o preconceito, e contra a chamada LGBT fobia. A exemplo do que será realizado em Janeiro no Conde, pelo Movimento LGBT Irakitan- do Conde, que surgiu em abril de 2017, a partir de um encontro entre jovens LGBT, e que passou a promover campanhas em prol dos direitos igualitários, para garantir os direitos humanos e a cidadania de seus integrantes.
O que é LGBT fobia?
É a manifestação de ódio, aversão, intolerância, rejeição e práticas violentas ou não contra a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travesti e transexuais), ou seja, é uma violência especifica por orientação sexual ou de identidade de Gênero.
Jornal Correio