O Ministério da Saúde vai mudar os critérios de distribuição das vacinas contra a Covid-19 para os estados. Segundo anúncio feito nesta quarta-feira (18), durante entrevista coletiva, o ministro Marcelo Queiroga declarou que a ideia é beneficiar os estados que estão mais atrasados na vacinação, com porcentuais da população imunizada mais baixo do que os demais. Ele também criticou estados que estão alterando os prazos da aplicação da segunda dose.
A mudança foi decidida para acompanhar a alteração do plano de vacinação de grupos prioritários para faixas etárias. De acordo com o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, até o momento a distribuição era calculada pela quantidade de pessoas por grupos prioritários, como estava previsto inicialmente no Plano Nacional de Imunização.
Com a entrada de vacinação por faixa etária, de acordo com Cruz, o ministério irá fazer um ajuste na distribuição, com o cálculo da quantidade de pessoas acima de 18 anos que ainda não receberam a primeira dose das vacinas.
“Discrepâncias eram esperadas porque a lógica da distribuição era a de grupos prioritários”, disse. “Precisamos agora ajustar a distribuição para que seja mais equânime para o país. Os novos critérios levaram em conta toda a população acima de 18 anos que ainda não recebeu primeira dose.”
Dados apresentados pelo ministério mostram que, na distribuição feita até agora, com prioridade para grupos prioritários, pelo menos 12 Estados receberam menos vacinas do que deveriam, de acordo com o critério populacional.
O ministro da Saúde pediu ainda que os Estados sigam a orientação prevista no PNI, sem adiantar a aplicação de terceira dose, por exemplo, para que seja possível cumprir a meta de vacinação para todo país.
Segundo Queiroga, se mantido o atual ritmo de vacinação e entrega de doses, com a possível redução do intervalo de aplicação de vacinas da Pfizer para 21 dias, será possível ter 75% de toda a população brasileira adulta completamente vacinada até o final de outubro.
Determinação do STF
A medida foi anunciada um dia depois de o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que o ministério fornecesse as doses de vacina previstas inicialmente para São Paulo. Segundo a argumentação do governo paulista, acatada por Lewandowski, o Ministério da Saúde não forneceu doses da Pfizer acertadas anteriormente.
São Paulo é um dos estados mais avançados na vacinação, e já começou inclusive a imunização de adolescentes. Enquanto isso, outros estados estão mais atrasados. Há capitais, por exemplo, que ainda vacinam pessoas na faixa dos 30 anos.