Às vésperas de o Brasil chegar à marca de meio milhão de mortos pelo coronavírus, senadores da CPI da Covid têm em mãos documento do Itamaraty, datado de outubro de 2020, que mostra que o então ministro da Saúde fez uma enfática defesa do tratamento precoce à Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), braço da OMS para as Américas.
Em uma circular telegráfica, de caráter reservado, enviada em 29 de outubro de 2020 às delegações do Brasil em Genebra e em Washington, o Ministério das Relações Exteriores transcreveu um relato da Assessoria para Assuntos Internacionais da Saúde, vinculada à pasta de Pazuello, sobre um encontro havido entre ele e a diretora da OPAS, Carissa Etienne, no dia 16 do mesmo mês.
Segundo o relato, Pazuello, “especificamente em relação à Covid-19, apontou que o Brasil conseguiu diminuir em 70% a proporção de óbitos com a adoção do atual protocolo de tratamento precoce”.
Não há informação, no documento, de onde o então ministro tirou os dados apresentados ao organismo internacional.
O Globo