O deputado estadual João Gonçalves (Podemos) afirmou na última quarta-feira (13), que a Justiça Eleitoral e a classe política de um modo geral cometeram um “erro muito grande” ao insistirem na realização das eleições municipais antes da chegada da vacina e em pleno momento de pandemia, entre setembro e novembro do ano passado.
“Está cada vez mais comprovado que o agravamento dessa segunda onda de contágios foi fruto das aglomerações da campanha”, afirma o parlamentar, ao salientar que concorda com a posição de alguns especialistas que fazem projeções de que a situação também não deve melhorar logo, porque, a partir de agora, “estamos entrando no período que trazem as consequências das aglomerações do Natal e do Ano Novo”.
Para João Gonçalves, as eleições municipais poderiam muito bem ter ficado para o meio deste ano, com todos os eleitos estando cientes de que cumpririam um mandato de três anos e meio. “Juntamente com outras pessoas, chegamos a defender essa proposta no meio do ano passado, mas não sei o porquê terminamos não sendo ouvidos”, lamenta o deputado.
Ele disse que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, não convencia todo mundo quando partiu para, justificando a tese de ter ouvido especialistas em saúde, preparar as eleições apenas com adiamento de um mês, de outubro para novembro de 2020. “Foi um erro muito grande e hoje estamos todos, povo, políticos e Justiça, pagando por isso”, completou.
“Sabemos que a vacina não é tudo, tem outros cuidados e precauções, mas se as eleições tivessem ficado para o meio deste ano, seria muito menos problemático, porque já aconteceriam depois da chegada da vacina”, lembrou Gonçalves, ao reconhecer que “infelizmente, agora é tarde e o que todo mundo deve fazer é intensificar as medidas preventivas”.
Trabalho presencial
E é justamente baseado nessas mesmas argumentações que o deputado João Gonçalves se posiciona contrário ao encaminhamento já feito na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) pela bancada de oposição para a retomada dos trabalhos presenciais já agora em 1º de fevereiro.
“Entendo a posição dos colegas. Também acho que a sessão remota prejudica um pouco os debates e também desejo que a sessão presencial volte o mais breve possível, mas entendo que isso só depois da vacina”, afirma o parlamentar, ao destacar as condições da Assembleia e, sobretudo, do plenário, como locais totalmente fechados, sem ventilação e onde, com reuniões presenciais, vão circular pessoal de limpeza, imprensa, deputados, assessores e todos os trabalhadores de apoio.
João Gonçalves, que inclusive já se lançou candidato para ocupar o lugar de Nabor Wanderley na primeira-secretaria da mesa diretora da ALPB, disse que respeita a proposta dos colegas e que realmente não é nenhum especialista em saúde. Mas insiste que, no seu entender, “trabalho presencial na Assembleia só depois da vacina. Pelo menos isso”, concluiu João Gonçalves.
Informações Espaço PB