“O Consórcio Emsa – Siton, habilitado para concluir os trabalhos restantes das obras do Eixo-Norte da Transposição está trabalhando a passo de tartaruga e em marcha lenta e já poderia ter feito 2/3 da obra que restava. Até agora eles já podiam ter medido e executado mais de R$ 300 milhões e o que fizeram foi em torno de 10% a 13% do que deveria ter sido feito”, denunciou ontem (22) o deputado estadual Jeová Campos. O parlamentar está preocupado com essa situação haja vista que a obra neste trecho já ficou parada quase um ano e essa morosidade significa mais atraso para chegada das águas da Transposição no sertão paraibano.
Segundo Jeová, essa forma lenta e morosa da construtora é muito preocupante. “Neste aspecto, alerto a bancada federal da Paraíba, ou seja, os deputados e senadores, para ficarem em cima do Ministério da Integração a fim de pressionar para que essa obra seja, de fato, concluída, porque se não tivermos inverno regular este ano as pessoas vão passar sede e isso é muito grave”, lembra o deputado.
Segundo Jeová, o ministro Hélder Barbalho fez ontem uma reunião com o presidente do consórcio Emsa – Siton para cobrar celeridade e ficou acertado que a empresa vai aumentar o efetivo e rodar 24h para avançar com as obras. “A essa altura do campeonato, mudar a empresa atrasaria ainda mais a obra. Penso que foi uma decisão acertada do ministro”, reiterou Jeová, lembrando que em fevereiro vai propor a ALPB uma nova inspeção na obra para ver em que situação ela se encontra. O deputado lembrou ainda que o açude de Engenheiro Ávidos está seco, assim como o de Coremas e também o açude Epitácio Pessoa e que diante deste quadro, a população destas regiões não tem condições de esperar mais dois anos para receber as águas da transposição.
O deputado aproveitou a temática das águas para criticar a bancada federal paraibana em relação aos poucos recursos destinados ao terceiro eixo da transposição, que compreende ações no Vale do Piancó. “A bancada só conseguiu destinar para essa obra apenas R$ 23 milhões quando, na realidade, deveria ser, pelo menos, R$ 50 milhões para que o projeto da obra pudesse ser concluído e ser feita a licitação, ainda este ano”, disse Jeová, lembrando que se não chover regularmente este ano para elevar o nível dos reservatórios que estão críticos e as obras do Eixo Norte não forem concluídas a situação do sertão paraibano será crítica.
Sobre a transposição do rio São Francisco
É um projeto de deslocamento de parte das águas do rio São Francisco nomeado pelo governo brasileiro como “Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional”. O projeto é um empreendimento do Governo Federal, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional – MIN. A obra inclui a construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (Norte e Leste) passando pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Ao longo do caminho, o projeto prevê a construção de nove estações de bombeamento de água. Com previsão de beneficiar 12 milhões de pessoas, o projeto prevê a captação de apenas 1,4% da vazão de 1 850 m³/s do São Francisco, dividida nos dois eixos de transposição
Sobre o Eixo Norte, ele constitui-se em um percurso de, aproximadamente, 400 km, com ponto de captação de águas próximo à cidade de Cabrobó (PE). De acordo com o projeto, essas águas serão transpostas aos rios Salgado e Jaguaribe até os reservatórios de Atalho e Castanhão no Ceará; ao Rio Apodi, no Rio Grande do Norte; e Rio Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando aos reservatórios de Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, no sertão paraibano, além de Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte.
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