Com total autonomia, as executivas de três partidos comandados por caciques políticos – alguns enrolados na Justiça – vão decidir quais candidaturas receberão parte do montante de R$ 285 milhões do fundão eleitoral.
O butim é controlado pelo Progressistas de Ciro Nogueira, o PSL de Luciano Bivar e o SD e Paulinho da Força. As três legendas entregaram ao TSE petições com os critérios de distribuição dos respectivos montantes: R$ 140 milhões, R$ 99,7 milhões e R$ 46 milhões.
O Estadão lembra que os presidentes do PP e do PSL são investigados por malversação de recursos públicos e Paulinho da Força, presidente do SD, foi condenado em junho pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 2 meses por crime contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e associação criminosa, por desvios de recursos do BNDES – o deputado recorre da decisão.
“Também já enviaram seus critérios o PL, Republicanos, Patriota, PSD e DC. A Executiva Nacional do PL, presidido por José Tadeu Candelária – aliado do ex-presidente da agremiação Valdemar Costa Neto – vai decidir como será aplicada 30% da verba a que tem direito ou R$ 35,3 milhões.
O Republicanos prevê que entre 10% e 20% dos recursos do fundo (até R$ 20,1 milhões) será retido pela executiva nacional para ser aplicado em candidaturas majoritárias.
A direção nacional do Patriota vai decidir o destino de um valor que pode chegar a R$ 16,1 milhões de dinheiro do fundo eleitoral, considerando o que sobra de verba do partido que não teve sua destinação explicitada pelo documento enviado ao TSE.
O PSD informou que já definiu o valor dos repasses aos diretórios dos Estados e de duas capitais, carimbando o destino de R$ 138 milhões do total de R$ 138,9 milhões que vão receber – o destino dos 900 mil restantes será decidido pela direção nacional.
O DC já citou em números absolutos os valores de cada repasse aos diretórios e afirmou que 3% dos 70% destinados a candidaturas masculinas – valor igual a R$ 84,3 – vão ser usados para pagar despesas contábeis e jurídicas do diretório nacional.”
O envio ao TSE dos critérios de distribuição é pré-requisito para que os recursos sejam liberados.
O Antagonista