O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira que a previsão da pasta é distribuir as doses de vacina contra a Covid-19 em meados de janeiro. Na estimativa ele detalhou as entregas que espera, sendo 9 milhões de doses da CoronaVac, 15 milhões da Astrazeneca em parceria com a Fiocruz, e 500 mil da Pfizer, para o primeiro mês de 2021.
Segundo Pazuello, “o processo diário” informará a data exata do trâmite, que também depende do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O ministro participou de uma sessão de debates sobre o tema no Senado. O governador do Piauí, Wellington Dias, relatou que, em conversa com governadores na última quarta-feira, Pazuello afirmou que seria possívevl iniciar a vacinação até o dia 21 de janeiro.
— Estamos prevendo a distribuição de números efetivos. Vou colocar em tese para os senhores: temos três grandes laboratórios que têm números claros para nós: a Astrazeneca com Fiocruz, o Butantan e a Pfizer. Se aprofundarmos esses números, estamos falando em 500 mil doses da Pfizer em janeiro, 9 milhões do Butantan em janeiro e 15 milhões da Astrazeneca em janeiro. A data exata (que temos) é o mês de janeiro. Pode ser 18 de janeiro, 20 de janeiro. Mas se pudermos (é preciso) compreender que o processo é que vai nos dar a data e novo desenho, isso tudo dependendo do registro da Anvisa, que é o que nos garante segurança e eficácia — afirmou Pazuello.
O ministro detalhou a previsão de entregas nos primeiros meses de 2021. Segundo ele, o cronograma determina que em fevereiro haja outras 500 mil doses da Pfizer, 22 milhões de doses do Butantan e 15,2 milhões da Astrazeneca. O imunizante da Astrazeneca, em conjunto com a Universidade de Oxford, no entanto, teve problemas em seu desenvolvimento e haverá atraso no cronograma, segundo os próprios pesquisadores. Nenhum laboratório pediu ainda registro, nem mesmo emergencial, à Anvisa.
Guerra das vacinas
Na última quarta-feira, o governo incluiu oficialmente a CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, no plano de vacinação da Covid-19. O imunizante foi motivo do acirramento da disputa política entre o governador João Doria, de São Paulo, que anunciou o início da vacinação no estado no ano que vem, e o presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro chegou a desautorizar Pazuello após o ministro firmar um termo de intenção para comprar 46 milhões de doses da CoronaVac. Quando o imunizante teve as pesquisas paralisadas pela Anvisa, o presidente comemorou. Depois, adotou o discurso de que priorizará qualquer vacina que tenha registro da Anvisa, o orgão de regulação sanitárias brasileiro.
Durante a sessão desta quinta-feira no Senado, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, cobrou do ministro a definição de uma data exata para o início da vacinação. ele argumentou ser importante que o governo dê uma perspectiva de data para a população.
— O ministro Eduardo Pazuello trouxe dados relevantes que ainda não tinham sido anunciados publicamente, que é a possibilidade de iniciar a vacinação ainda em janeiro— disse Lula. — Quanto antes a gente der uma data para a população brasileira do possível início da vacinação, melhor. Acho que é isso que aflige todo mundo. Vimos Estados Unidos, Inglaterra, União Europeia soltando datas. Alguns países da América Latina (também já estão) dando perspectiva de datas para iniciar a vacinação.
Embora Pazuello tenha citado possíveis datas para a distribuição da vacinação em 18 ou 20 de janeiro, a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde divulgou nota afirmando que ” não estabeleceu qualquer data para o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Isso porque não existe sequer pedido de registro realizado por nenhum laboratório junto à Anvisa”.
O Globo