O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, 63, está no terceiro casamento e tem cinco filhos. Três são políticos e dois deles são candidatos nas eleições de outubro: Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), 37, candidato a senador pelo Rio de Janeiro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), 34, candidato à reeleição.
Os três políticos da família tiveram uma evolução patrimonial elevada ao nos últimos, de acordo com a declaração de bens apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Jair Bolsonaro ampliou os bens em 168% desde 2006; Eduardo, 432% desde 2014, e Flávio, 55% desde 2010. Os integrantes da família ampliaram o patrimônio basicamente com a aquisição de imóveis: casas e apartamentos. A reportagem do UOL entrou em contato com os políticos e também com o PSL, mas não obteve retorno até a publicação.
Eleito pela primeira vez deputado em 2014, Eduardo Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral, naquele ano, patrimônio de R$ 205 mil, o equivalente a R$ 262 mil hoje (em valores corrigidos pelo IPCA, índice oficial de inflação). Neste ano, o candidato declarou possuir bens que totalizam R$ 1,395 milhão, expansão de 432% no período.
Há quatro anos, Eduardo Bolsonaro declarou ser dono de apenas dois bens: um apartamento (R$ 160 mil) e um veículo (R$ 45 mil). Agora, o patrimônio do parlamentar ainda inclui depósitos bancários, aplicações financeiras e um apartamento de R$ 1 milhão.
Já o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando eleito pela primeira vez em 2010 para a cadeira que ocupa na Assembleia Legislativa fluminense, apresentou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 690,978 mil, o equivalente a R$ 1,124 milhão em valores de hoje. Este ano, o candidato ao Senado apresentou patrimônio de R$ 1,742 milhão, um montante 55% maior.
O patrimônio declarado à Justiça Eleitoral do candidato a presidente pelo PSL aumentou 168% desde 2006, quando reelegeu-se deputado federal pelo Rio de Janeiro, de acordo com os dados disponibilizados pelo TSE. O patrimônio de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) pulou de R$ 433 mil, o equivalente a R$ 851 mil hoje, para R$ 2,286 milhões. Os bens do deputado apresentados este ano à Justiça incluem cinco casas no valor de R$ 1,384 milhão. Em 2006, Jair Bolsonaro apresentou somente um sala no valor de R$ 73 mil.
No entanto, na comparação com 2014, o valor apresentado caiu. À época, ele afirmou ter R$ 2,6 milhões (em valores corrigidos pela inflação). Ou seja, o patrimônio do candidato caiu cerca de R$ 300 mil.
Em janeiro deste ano, a Folha de S.Paulo revelou que os três Bolsonaros com mandatos de deputado são donos de 13 casas e apartamentos em áreas nobres do Rio de Janeiro, avaliados em pelo menos R$ 15 milhões, que registram preço de aquisição abaixo do valores praticados no mercado imobiliário do Rio de Janeiro.
De acordo com dados do TSE, Bolsonaro é o sétimo presidenciável com maior patrimônio. Veja os bens declarados pelos presidenciáveis:
- João Amoêdo (Novo): R$ 425 milhões
- Henrique Meirelles (MDB): R$ 377 milhões
- João Goulart Filho (PPL): R$ 8,6 milhões
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT): R$ 7,9 milhões
- Eymael (DC): R$ 6,1 milhões
- Alvaro Dias (Podemos): R$ 2,9 milhões
- Jair Bolsonaro (PSL): R$ 2,3 milhões
- Ciro Gomes (PDT): R$ 1,6 milhão
- Geraldo Alckmin (PSDB): R$ 1,3 milhão
- Marina Silva (Rede): R$ 118 mil
- Vera Lúcia (PSTU): R$ 20 mil
- Guilherme Boulos (PSOL): R$ 15,4 mil
- Cabo Daciolo (Patriota): já apresentou o registro, mas não há relação de bens
Outro lado
A redação ligou para os telefones celulares de Jair e Eduardo Bolsonaro, na sexta-feira (17) e nesta segunda-feira (20), mas os aparelhos estavam “desligados ou fora de área”.
A reportagem também entrou em contato nesta segunda-feira com as assessorias de imprensa dos deputados Jair e Eduardo Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, e foi informada que, por conta do período eleitoral, o PSL comentaria a questão.
A reportagem ligou diversas para os telefones que constam no site do PSL nesta segunda-feira (20), mas as chamadas não foram atendidas.
O gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, também foi contatado nesta segunda-feira (20), e ficou de retornar para comentar a questão.
UOL