Nesta quarta-feira (19), o ministro da Justiça, Sérgio Moro, vai explicar as mensagens e conversas atribuídas a ele em conversas com procuradores da Lava Jato. A audiência acontece na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
A participação de Moro na audiência foi anunciada na semana passada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nesta terça (18), a assessoria do Ministério da Justiça confirmou que o ministro irá à CCJ.
O site The Intercept tem revelado nos últimos dias mensagens que, segundo o site, mostram que Sérgio Moro orientou a atuação de integrantes da força-tarefa da Lava Jato.
De acordo com o site, em uma dessas mensagens, por exemplo, Moro disse a Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, que os procuradores precisavam responder ao “showzinho” da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em outra mensagem, ainda segundo o site, Moro questionou a Dallagnol: “Não é muito tempo sem operação?”. Ainda segundo o The Intercept, Sergio Moro também questionou Dallagnol sobre uma investigação relacionada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, acrescentando: “Melindra alguém cujo apoio é importante”.
Desde que as mensagens passaram a ser reveladas, Moro tem negado que orientou a atuação dos procuradores. Tem dito também que houve “invasão criminosa de celulares”.
Quando as primeiras mensagens foram reveladas, o Ministério Público Federal divulgou uma nota afirmando que a atuação dos integrantes do órgão foi “revestida de legalidade, técnica e impessoalidade”.
Acordo
A participação de Moro na CCJ nesta quarta-feira é fruto de um acordo costurado na semana passada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, pelo líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Segundo apurou a TV Globo, eles sugeriram a ida de Moro a fim de evitar que o ministro fosse convocado (obrigado a ir) por meio de um requerimento eventualmente a ser apresentado por partidos de oposição.
Bezerra, então, enviou a Alcolumbre um ofício no qual dizia que Moro se disponibilizava a ir ao Senado nesta quarta-feira.
Da Redação com G1