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EUA terão primeira candidata transexual a governo de Estado

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A empresária Christine Hallquist será a primeira candidata transexual a disputar um cargo de governador nos Estados Unidos. Ex-diretora da Vermont Electric Cooperative, Hallquist foi nomeada nessa terça-feira (14), pelo Partido Democrata após vencer três políticos nas primárias estaduais.

Em novembro, ela enfrentará o republicano Phil Scott, atual governador de Vermont, nas eleições gerais.

“Vermont se tornou uma luz de esperança para todo o país”, disse Hallquist. “Isso é o que chamo de expandir nosso compasso moral e é isso que representamos hoje.”

A nomeação da executiva é a mais recente de uma série de candidaturas de transexuais em todo o País. Pesquisa realizada pela Escola de Saúde Pública de Harvard aponta que ao menos 43 transexuais decidiram disputar cargos nas eleições gerais deste ano – a maioria pelo Partido Democrata e alguns como independentes. Do total, apenas quatro foram nomeados, todos para disputar vagas na Câmara dos Representantes ou no Senado.

Hallquist foi a quinta escolhida e a única candidata a um cargo no executivo estadual. 17 pré-candidatos trans perderam suas primárias e outros 21 ainda passarão pelo crivo do partido.

Segundo especialistas, o aumento de candidaturas transexuais ocorre em meio à incerteza sobre os direitos da população transexual nos Estados Unidos durante o governo Donald Trump.

O republicano revisou a lei assinada pelo antecessor, Barack Obama, que permitia o alistamento militar a homens e mulheres trans nas Forças Armadas.

Segundo a Casa Branca, a presença de militares trans acarretaria “tremendos custos médicos”. A justificativa causou indignação entre ativistas LGBT, surpreendeu o Pentágono e provocou críticas de congressistas, incluindo republicanos. A medida está suspensa por decisão judicial.

Transição

Christine Hallquist anunciou sua transição em 2015, quando ainda dirigia a Vermont Electric Cooperative e era conhecida como David Hallquist. Apesar da mudança do primeiro nome, ela decidiu manter o “David” como nome do meio e diz se sentir confortável ao falar sobre sua antiga identidade. A transição da empresária foi relatada no documentário “Denial”, filmado pelo seu filho, Derek, com o objetivo inicial de mostrar os esforços da Vermont Electric Cooperative para alertar sobre os impactos do aquecimento global.

“Eu amo Vermont porque aqui nós olhamos além dos problemas supérfluos”, disse Hallquist. “Acontece de um líder ser um transexual. As pessoas de Vermont sabem disso. Eles votaram por mim e irei fazer isso por eles.”

Vermont é conhecido pelo histórico de pioneirismo em relação a questões sexuais e de gênero. Em 2000, foi o primeiro Estado americano a reconhecer uniões civis entre casais do mesmo sexo e, em 2009, foi o primeiro Estado a legalizar o casamento gay nos Estados Unidos.

 

Estadão

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