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ESTRATÉGIA POLÍTICA: Presidenciáveis usam manifesto pró-democracia para tentar isolar Lula

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Os seis presidenciáveis que assinaram o manifesto em defesa da democracia, divulgado na noite de quarta-feira, escolheram os convidados a endossar o documento baseados em uma estratégia político-eleitoral. Ao deixar o ex-presidente Lula de fora, o sexteto tenta colar no petista a pecha de Jair Bolsonaro de sinal invertido.

O documento acaba sendo uma resposta ao discurso de Lula no dia 10 de março, o primeiro após as condenações do ex-presidente na Lava-Jato serem anuladas pelo STF, em que ele fez uma série de acenos ao centro e tentou mostrar que não pode ser tratado como o equivalente do atual mandatário no campo da esquerda.

— Se o objetivo é fazer um chamamento de líderes de relevo para respaldar o compromisso com a democracia, não tem por que excluir o Lula. Em nenhum momento durante o seu governo ele ameaçou a democracia. E o PT é um partido do campo democrático — afirma o ex-senador tucano Aloysio Nunes, insuspeito ao tratar do tema por ter sido opositor vigoroso dos governos petistas.

Quando discursou no dia 10, Lula viu as suas palavras encontrarem eco em figuras do centro político, como o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, antes mesmo de o petista descer do palco, foi ao Twitter registar que descartava qualquer comparação entre ele e Bolsonaro.

Se for bem sucedido em seu acenos e conseguir conquistar uma parte substancial do eleitorado identificado com o centro, Lula aniquila qualquer possibilidade de surgimento de uma terceira via eleitoral com força para vencer a polarização com Bolsorano. Encurralados, resta como única alternativa aos seis presidenciáveis que assinaram o documento pró-democracia se venderem como alternativa a um radicalismo representado pelo petista e pelo atual presidente.

 

O Globo

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