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ENTREVISTA: Bolsonaro diz que pode determinar abertura do comércio com ‘uma canetada’ semana que vem

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que estuda editar uma medida provisória que, na prática, obrigaria o fim do isolamento social, determinando o retorno da população à rotina. A iniciativa iria ao encontro do que ele sempre defendeu, de que o isolamento deve ser limitado a idosos e pessoas com doenças graves. Segundo ele, o retorno ao comércio poderia ser determinado a partir de uma “canetada” sua.

“Tem Medida Provisória pronta para assinar que torna indispensável toda atividade para trabalhador levar ‘o pão para casa’. Se for necessário, vou assinar MP, mas tem ameaças para cima de mim, inclusive do meu afastamento”, disse em entrevista à Rádio Jovem Pan na noite desta quinta-feira. “Enquanto STF ou Congresso não derrubarem meu [eventual] decreto, o comércio estaria aberto”.

Bolsonaro disse que tem “gente poderosa” esperando um tropeço seu, por isso espera mais apoio popular antes de tomar qualquer medida contra o isolamento. A iniciativa poderá ser adotada caso o comércio não reabra, de forma paulatina, na segunda-feira que vem, segundo o presidente.

Questionado pelos jornalistas da Jovem Pan, Bolsonaro garantiu que não cogita utilizar as Forças Armadas para impor a reabertura do comércio. Os militares só serão acionados se houver necessidade de evitar violência e saques.

Embora seja crítico das medidas impostas por governadores e prefeitos, que considera exageradas, Bolsonaro afirmou que precisa levar em conta a possibilidade de ser implicado em crime de responsabilidade.

O presidente afirmou que a todo momento tentam tomar sua cadeira, e voltou a disparar críticas contra o governador de São Paulo, João Doria.

“O governador de São Paulo faz demagogia barata, os governadores não precisam dele como porta-voz”, provocou. “Não venha este porta-voz [Doria] com discursinho barato e ginasial”.

O presidente disse que se abstrai de questões políticas para conseguir governar, garantiu que, de sua parte, a “palavra renúncia não existe”.

Sobre o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que as ordens dele para que a população não saia às ruas significa uma ditadura.

O presidente afirmou ainda que os gestores estaduais e municipais terão de assumir responsabilidade de destruir empregos com as medidas de isolamento.

“Não vou rodar moeda lá na Casa da Moeda; Guedes [ministro da Economia] e Campos Neto [presidente do Banco Central] não vão fazer isso”, garantiu. “O Doria destrói economia e vem com cara de freira imaculada para pedir ajuda”.

Antes das críticas, Bolsonaro enumerou medidas assinadas por ele nos últimos dias, como destinação de R$ 9 bi para materiais de saúde; R$ 16 bi para fundos de participação de Estados e municípios; R$ 51 bi para atender micro e pequeno empresário; e R$ 98 bi para trabalhadores informais.

Para o presidente, o “remédio exagerado” de governadores e prefeitos irá destruir empregos. Sobre as mensagens de união trocadas entre Doria e o ex-presidente Lula nas redes sociais, Bolsonaro chamou de “vergonha” a aproximação e assegurou que Doria nunca o enganou.

Valor Econômico

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