A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes) anunciou nesta terça-feira (4) o corte de mais 2,7 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Todos os cortes se aplicam em cursos com conceito nota 3 e valem para bolsas que ainda seriam futuramente concedidas. O congelamento não afeta quem atualmente recebe o benefício. Serão cortadas:
- 2.331 bolsas de mestrado
- 335 de doutorado
- 58 de pós-doutorado
Com este segundo anúncio, a Capes chega a uma redução total de 6.198 bolsas em 2019. O novo bloqueio representa uma redução de R$ 4 milhões em 2019 e, até 2020, deve representar R$ 35 milhões.
Na Paraíba
A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que antes disponibilizava 177 bolsas para mestrado, agora irá dispor de apenas 55. Para a formação de doutorado, a UFCG teve o bloqueio de 61 bolsas e o pós-doutorado na UF teve bloqueio de 50%, restando agora duas oportunidades.
O campus da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, que ofertava 165 para mestrado, com o bloqueio, passa a oferecer apenas 54. Para doutorado, foram bloqueadas 12 bolsas, sendo apenas seis disponibilizadas após o anúncio. As vagas para bolsistas pós-doutorandos na instituição também foram reduzidas na metade – agora, a unidade oferece uma bolsa.
No campus em Areia, a UFPB teve nove bolsas congeladas para mestrado e agora oferece apenas 4. Para pós-doutorado, duas vagas foram cortadas, sobrando uma.
Nova política
De acordo com o órgão, o corte é uma mudança na política de concessão das bolsas de pós-graduação. Os recursos que foram congelados estavam enquadrados no seguinte critério:
- Cursos com duas avaliações nota 3 consecutivas
- Cursos avaliados com nota 4 e que caíram para a nota 3
Nem todas as bolsas enquadradas nesta avaliação foram cortadas. Os pesquisadores localizados na Amazônia Legal tiveram uma redução menor em uma tentativa de diminuir as diferenças regionais no país.
De acordo com Anderson Lozi, diretor de Gestão da Capes, considerando o bloqueio anterior, há uma economia de cerca de R$ 300 milhões. Ele informou também que se houver uma melhoria na situação financeira parte do valor pode ser recuperado. No entanto, um novo corte nas bolsas no futuro não está descartado.
Segundo a Capes, essa nova medida foi tomada com “o propósito de alinhar a concessão de bolsas no país à avaliação periódica, preservando os cursos mais bem avaliados nos últimos 10 anos”. As notas analisadas foram as obtidas nas avaliações Trienal de 2013 e Quadrienal de 2017.
Em nota, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) criticou a medida. “O novo corte da Capes afetará principalmente Norte e Nordeste, áreas com maior número de cursos 3 e 4, devido às maiores dificuldades financeiras. A medida agrava ainda mais a concentração da pesquisa no centro-sul e perpetua as desigualdades regionais do país.”
Da Redação com G1 e Mais PB