“Governantes assaltam o poder para preservar seus privilégios, abrindo as portas da corrupção para o enriquecimento ilícito, hoje exposto pela Operação Lava-Jato. A consequência desse sistema político corrupto e incompetente nos leva a essa tragédia e caos administrativo. E isso não é república”, afirmou o pré-candidato à presidência da República e senador Álvaro Dias defendendo que o país precisa passar por um programa de refundação da República, que abarca uma série de reformas.
O presidenciável discorreu sobre essas reformas durante palestra, na manhã desta quinta-feira (3), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). O evento integra o ciclo ‘Diálogos da Democracia: Ouvindo Presidenciáveis’, iniciativa da Mesa Diretora da Casa, que já está na sua terceira edição. Já palestraram na CMJP os pré-candidatos João Amoêdo (Partido Novo) e João Vicente Goulart (PPL).
Além de Álvaro Dias, compuseram a mesa da solenidade o vereador Luís Flávio (PSDB), que deu boas-vindas ao presidenciável; a deputada federal e presidente nacional do Podemos, Renata Abreu; o vereador de Campina Grande e presidente do partido na Paraíba, Galego do Leite; o deputado estadual Lindolfo Pires (Podemos); o ex-senador Maurício Leite; e a integrante do diretório na cidade de Campina Grande, Ana Cláudia Vital.
O presidenciável comparou a atual situação do Brasil com a de um Império, com o predomínio dos governantes e o descaso deles com a população, além de, segundo o senador, a Constituição Federal ter sido descartada em várias situações. Ele enfatizou que essa situação precisa mudar a partir da refundação da República com a instituição de reformas essenciais.
“Começamos com a substituição do sistema de governança na escolha dos ministros, na composição da equipe governamental. Hoje indicam representantes que não são os mais qualificados, indicados para amealhar recursos, se valendo do enriquecimento ilícito. Isso puxa para baixo a qualidade administrativa. A mudança começa nessa hora, quando se escolhe bem, abre perspectivas de acertos na gestão”, defendeu.
Para Álvaro Dias, a reforma ainda passa pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário com o corte de regalias. “A eliminação de privilégios precisa começar no andar de cima. Eliminar os privilégios exige que primeiro se abra mãos dos próprios”, afirmou ressaltando abdicou da aposentadoria de ex-governador. “Há 27 anos não recebo aposentadoria, cerca de R$ 11 milhões ficaram nos cofres públicos”, e destacou também que, como senador, abre mão do auxílio moradia e da verba indenizatória.
“Temos que respeitar aqueles que em nós confiam. É uma manifestação de respeito, principalmente no momento em que os políticos estão desacreditados. Temos que refletir sobre a descrença generalizada no país, as promessas ao vento e a degradação da atividade política brasileira, onde se banalizou a corrupção”, analisou destacando que a Operação Lava-Jato está mudando esse cenário, pois mostra à população as pessoas presas por corrupção.
Segundo o senador, ainda são áreas de reformas: o combate à corrupção para melhorar a credibilidade internacional do país; a redução do Estado para que se invista mais em áreas essenciais, como educação, saúde e geração de empregos; redução do número de partidos para que todos possam ter representação congressual; um Legislativo mais enxuto e econômico; e redução da carga tributária transferida ao consumidor.
“Essas reformas exigem capacidade de gestão, coragem e capacidade de comunicação com a sociedade. Vamos ressuscitar nossas mudanças, somar e caminhar adiante, eliminando a dicotomia entre extremos. Os brasileiros não apreciam rótulos. Vamos buscar solução na direção do futuro, aprumando esse país. Vamos recuperar a economia, o social e a política da nação brasileira para se tornar a nação que desejamos”, concluiu.
Estiveram presentes na palestra: o presidente da CMJP, vereador Marcos Vinícius (PSDB); as vereadoras Helena Holanda (PP) e Raíssa Lacerda (PSD); e os vereadores João dos Santos (PR); Dinho (PMN); Bruno Farias (PPS); Carlão (PSDC); Tibério Limeira (PSB); Thiago Lucena (PMN); João Almeida (Solidariedade); João Corujinha (PSDC); Bosquinho (PSC); Tanílson Soares (PSB); e Chico do Sindicato. Ainda marcaram presença os deputados estaduais: Edmilson Soares, João Gonçalves e Branco Mendes (todos do Podemos).