O presidente estadual do PTB na Paraíba, Nilvan Ferreira, durante entrevista exclusiva ao Portal Paraíba nesta sexta-feira (13), classificou o pedido de prisão determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, contra o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, como uma provocação contra a democracia. O petebista atribuiu ainda o ato a uma suposta perseguição em virtude da defesa aberta feita por ele em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Eu acho que a prisão de Roberto Jefferson representa um acinte [provocação] a democracia. Qual o crime que ele cometeu, escândalo, para que o Supremo determine a prisão e peça o bloqueio de suas contas nas redes sociais e ter acesso a todos os seus arquivos de mídia? Eu digo. O crime que Roberto cometeu é ser um dos homens mais presentes na defesa do presidente Jair Bolsonaro, essa é a explicação para a prisão dele, que tem colocado sua postura em defesa do governo e tem feito um combate exaustivo para impedir o retorno da esquerda e do PT ao governo do Brasil”, afirmou Nilvan Ferreira.
Questionado sobre as críticas de Jeferson contra o Supremo, Nilvan classificou como normais e apontou que todo cidadão tem direito de fazê-las. Ele remeteu ainda que, se criticas fossem motivos de prisão, a liberdade de imprensa no país pode ser tolhida.
“Ele tem feito críticas ao Supremo? Sim, tem. Mas o cidadão não tem direito de criticar as instituições? A imprensa é quem mais critica o Supremo, a Justiça, Ministério Público, prefeitos, governadores, o próprio presidente. Tem alguém mais criticado pela imprensa do que Bolsonaro? Já pensou se o presidente fosse determinar e pedir a prisão deles por isso? Imagina quantos já estariam presos? O cidadão tem o direito de criticar, isso está garantido na Constituição. Mas o crime de Roberto não foi esse, ele está sendo retirado de combate porque tem sido um dos maiores defensores do presidente Bolsonaro”, disse ele em entrevista ao Portal Paraíba.
Sobre o pedido de prisão
A Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o ex-deputado Roberto Jefferson, nesta sexta-feira (13). A medida partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais.
A prisão faz parte do chamado inquérito da milícia digital. O próprio Jefferson postou numa rede social que a Polícia Federal chegou para fazer buscas na casa de parentes pela manhã. O mandado não tem prazo estipulado para cumprimento.
O inquérito também determina o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais e a apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.
O inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão de Moraes. A Polícia Federal apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito e que se articularia em núcleos de produção, publicação, financiamento e político. Outra suspeita é de que esse grupo tenha sido abastecido com verba pública.
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