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Em carta, João Azevêdo e mais 19 governadores condenam declarações de Bolsonaro sobre morte de miliciano

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Governadores de 20 estados brasileiros criticaram, por meio de uma carta em “defesa do pacto federativo”, as declarações de Jair Bolsonaro feitas neste final de semana sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ligado ao clã Bolsonaro.

No texto, é relembrado que Bolsonaro vem, já há algum tempo, “confrontando os governadores” e “se antecipando a investigações policiais para atribuir graves fatos à conduta das polícias e seus governadores”. Neste final de semana, Jair Bolsonaro acusou o governador da Bahia, Rui Costa, e seu partido, o PT, de terem executado o miliciano.

“Recentes declarações do presidente da República Jair Bolsonaro confrontando governadores, ora envolvendo a necessidade de reforma tributária, sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”, diz a carta.

O documento dos governadores prega que é preciso observar os limites institucionais. “Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós”, avaliou.

Em declaração no final de semana, Bolsonaro disse a jornalistas, em evento no Rio de Janeiro: “Quem é responsável pela morte do capitão Adriano? PM da Bahia do PT. Precisa falar mais alguma coisa?”. Depois, disse que a “imprensa está dizendo que foi queima de arquivo”.

A iniciativa da elaboração da carta foi do governador Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, e rapidamente encampada por João Doria PSDB, de São Paulo, dois ex-aliados e hoje adversários políticos de Bolsonaro. Em seguida, outros 18 governadores também se dispuseram a condenar os ataques do presidente.

O texto da nota, que também aborda outros assuntos, como a reforma tributária, foi assinado, além dos governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, dos chefes de Estado do Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí, Bahia, Paraíba, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Maranhão, Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul e Amazonas.

Brasil 247

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