Após impugnações das chapas adversárias ao seu nome, a advogada Izabelle Pontes Ramalho resolveu não contestá-las no âmbito judicial, protocolizando desistência da candidatura a vice-presidente na chapa 11, encabeçada por Harrison Targino. Num ato de grandeza e desprendimento, Izabelle lamentou ter sido alvo de impugnação inclusive de uma mulher candidata.
A alegação dos adversários é que, embora admitam que na soma do período houvera o efetivo exercício de oito anos de advocacia, Izabelle não a exerceu de forma ininterrupta por cinco anos.
Não levaram em conta que o hiato se deu em razão de mestrado na área de Direito da Família, aperfeiçoamento do advogado curiosamente apregoado como proposta de campanha dos adversários de Harrison Targino.
Os candidatos Harrison Targino e Paulo Maia reagiram a postura equivocada dos opositores, lembrando que, diferentemente da chapa da advogada candidata, figuram três mulheres na chapa de sua diretoria, de modo que esta se destaca pela busca do coletivo e da representatividade feminina. Harrison e Paulo Maia afirmam que as impugnações se colocaram contra os benefícios da especialização, realizada por Izabelle justamente para colaborar não só para a cátedra, mas para o exercício da advocacia.
Também os impugnantes não quiseram levar em consideração o fato de que a regra interna invocada não é cogente, de modo que sua vigência depende inexoravelmente de impugnação.
Afirmaram ainda que os adversários quiseram enfraquecer a chapa de Harrison com a saída de Izabelle, que ostenta elevada capacidade eleitoral. Contudo, esqueceram que o pedido de impugnação não afetou em nada a candidatura de Harrison, pelo contrário, fortaleceu, pois Izabelle continuará, ao lado da nova candidata à vice, a batalhar pela vitoria de uma chapa coletiva, que verdadeiramente defende a mulher advogada, sendo nesse passo vã a tentativa de reduzir a capacidade eleitoral da chapa.
“Entendendo que uma batalha jurídica poderia nos tirar do foco daquilo que realmente é importante, a defesa de um movimento coletivo que não é sobre uma pessoa, mas sobre toda a advocacia, decidi em favor desse projeto abdicar da minha candidatura, pois nunca foi em favor de cargos ou ao poder, eu acredito na força dessa construção coletiva, de mulheres e homens que seguem unidos por um propósito”, destacou Izabelle.
Izabele foi substituída por Rafaella Brandão, que já figurava na Chapa como secretária geral adjunta, com inegável representatividade e experiência na OAB e com história reconhecida na construção da luta pelos direitos humanos, inclusive a nível internacional, em virtude de sua experiência haurida como presidente da Comissão de Combate ao Racismo e Descriminação da OAB-PB.
Enfim, os efeitos negativos da chapa de Harrison Targino não foram alcançados pelos adversários, apenas realçaram uma frente eleitoreira de quem precisa de um faknews ou um factoide para desviar a atenção, mesmo que esse ato represente contrafação a uma apregoada defesa da mulher advogada e da necessidade de seu constante aperfeiçoamento visando ao melhor exercício profissional.