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Durante reunião com a bancada do PSD do Nordeste, Alckmin se diz otimista com quadro eleitoral sem Lula

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Intensificando a agenda para costura de alianças com partidos de centro, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, disse em jantar com a bancada do PSD do Nordeste, que está otimista com o quadro eleitoral “totalmente novo” com o ex-presidente Lula fora do páreo. No jantar que entrou pela madrugada sob o comando do presidente do PSD, o ministro das Comunicações Gilberto Kassab, Alckmin disse que o eleitorado órfão de Lula não vota no pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) de jeito nenhum e o quadro muda a partir de agora, quando o povo começa a perceber que Lula não é mais candidato.

O candidato tucano deixou o jantar na casa do deputado Fábio Faria (PSD-RN) com o apoio do PSD praticamente garantido. Os deputados do Nordeste discutiram com ele, basicamente, estratégias para conquistar o eleitor lulista do Nordeste. Todos colocaram o peso indiscutível de Lula no Nordeste, mas avaliaram que o voto é dele e , inelegível, não tem um candidato cativo na região.

Dos nove estados do Nordeste apenas os representantes da Bahia e de Sergipe anunciaram alianças regionais com o PT, mas a nível nacional devem seguir a aliança que vier a ser fechada por Kassab com Alckmin depois de ouvir as bancadas das outras regiões.

Segundo o ex-deputado Domingos Filho, pai do líder do PSD, Domingos Neto (CE), disse que após uma radiografia das composições em cada estados, todos os presentes disseram que seguirão a orientação de Kassab para o fechamento da aliança nacional, que deve convergir para Alckmin.

Kassab disse que ainda faltam cinco meses e meio de campanha e que até lá Alckmin , como nome com maior viabilidade, deve aglutinar apoios como o candidato do centro. Alckmin , que tem oscilado nas pesquisas com cerca de 8% das intenções de votos, considera que pode morder uma parte inclusive dos votos de Lula para começar a decolar.

— Com Lula inelegível muda totalmente o quadro. Daqui para a frente o povo vai começar a perceber que ele é inelegível, o que abre um grande espaço sobretudo no Nordeste. Bolsonaro deve começar a cair e em um segundo turno o eleitor do Lula não vai nunca para ele — avaliou Alckmin.

Outra parte da discussão foi sobre o discurso que Alckmin deve adotar na campanha para quebrar o cerco e penetrar no eleitorado lulista no Nordeste. Uma constatação é que será preciso quebrar na região a pecha de que o PSDB é o partido dos ricos e o PT o partido dos pobres. Uma das ideias é que Alckmin mostre sua relação, como governador de São Paulo em quatro mandatos, com os seis milhões de migrantes nordestinos no estado.

— Alckmin tem que mostrar que ao invés de ser um estado opressor, São Paulo em suas gestões foi um estado acolhedor e resolvedor das dificuldades desses seis milhões de nordestinos que para lá foram em busca de uma condição melhor de vida — defendeu o ex-deputado e ex-vice governador do Ceará Domingos Filho.

Alckmin anotou todas as sugestões. Outra ideia dada foi que ele estimule a candidatura do senador Tasso Jereissatti (CE), presidente do Instituto Teotônio Vilella e coordenador do plano de governo, e apontado como o único capaz de bater o atual governador Camilo Santana, do PT, que está fechando aliança com o MDB do senador Eunício Oliveira.

— Quanto mais Tasso diz que não é candidato mais ele sobe nas pesquisas. Ele me disse que só seria candidato se Anastasia fosse candidato em Minas. Anastasia já aceitou ser. Tasso candidato ajuda muito — disse o líder Domingos Neto.

O ministro Gilberto Kassab disse que o sentimento majoritário no PSB é apoiar Alckmin e que os deputados da bancada nos estados do Nordeste já tem alianças com o PSDB, com exceção de Bahia e Sergipe. Ele disse que o episódio Aécio Neves (PSDB-MG) , transformado em réu pelo STF, não terá impacto no fechamento dessa aliança com Alckmin.

— A campanha está correndo e as instituições estão funcionando. Alckmin tem uma candidatura posta. É importante mostrar o passado, mas agora o fundamental é mostrar o que será feito no futuro. Numa democracia, na hora da eleição, o eleitor quer saber é quem é o candidato — disse Kassab.

Sobre a possível candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, pelo PSB, que poderia começar com um patamar superior ao de Alckmin, Kassab disse que ainda tem tempo para que cada candidato mostre a que veio e o principal é que o tucano tenha um discurso sincero e não demagógico para o Nordeste.

— Ainda faltam cinco meses e meio. Dá tempo de reverter. Na prefeitura de São Paulo eu comecei com 3% das intenções de votos e acabei com 70% — disse Kassab, acrescentando que gostaria que o Centro tivesse um candidato único e o nome melhor preparado é o de Alckmin.

 

O Globo

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