Em plena pandemia do novo coronavírus, o Governo da Paraíba, através da Fundação de Saúde, lançou, neste sábado (03), concurso público para a contratação de mais de 320 profissionais de saúde com salários defasados. Desde então, entidades de classe se mobilizam para a revisão salarial, ampliação de vagas e mais benefícios. Entre elas, o Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região (CRN-6), Sindicato de Nutricionistas da Paraíbas (Sindinutri-PB), entidades da Enfermagem e da Fisioterapia. A mobilização que invadiu as redes desde sábado vai ganhar às ruas nesta terça-feira (06/06), com um protesto de todos os profissionais de saúde em frente ao Palácio do Governo, em João Pessoa (PB).
Para o presidente do CRN-6, nutricionista Samuel Paulino, o concurso é um verdadeiro descaso com a saúde da Paraíba. “Primeiro, os salários são vergonhosos. Oferecer R$ 1500 para um nutricionista trabalhar 40h/semanais é um completo descaso com o profissional. Em um período em que vemos o quanto os profissionais de saúde estão sendo requisitados para enfrentarmos juntos a pandemia do novo coronavírus, um Governo oferecer essa remuneração é não se importar com as pessoas”, explica.
Ele continua relatando: “É inadmissível que em pleno 2021 ainda existam gestores que acreditem que saúde se faz apenas com médicos”. Além disso, Samuel Paulino chama atenção para a quantidade de vagas ofertadas. “Existe um déficit maior no estado. Existem parâmetros que não foram respeitados, não foram estudados para a determinação da quantidade de vagas”, afirma Samuel.
Sobre os salários defasados, um ponto chama atenção. “O diretor da Fundação de Saúde, que assinou o Edital do concurso, recebe por mês R$ 22 mil. Isso equivale a mais de 14 técnicos em saúde. O salário de um só é dividido para 14 profissionais. É um completo descaso”, destaca Samuel Paulino.
