O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à Justiça Federal desconhecer qualquer tipo de iniciativa envolvendo a compra de votos para que o Brasil sediasse os Jogos Olímpicos de 2016, realizado no Rio de Janeiro. Antes de ter sua fala interrompida pelo juiz Marcelo Bretas, Lula disse que o país vive um “momento de denuncismo”. Lula depôs nesta terça-feira (5), por videoconferência, como testemunha de defesa de Sérgio Cabral no processo em que o ex-governador é acusado de participar de um esquema de compra de votos para que o Brasil sediasse a competição.
“Só lamento que venha uma denúncia de compra de delegados oito anos depois (da vitória da campanha brasileira para sediar as Olimpíadas). Não sei quem fez a denúncia e não me interessa saber. Estamos num momento de denuncismo”, declarou Lula.
A defesa de Cabral apontou que os pontos colocados por Lula demonstram que havia um clima favorável para que o Brasil sediasse os Jogos Olímpicos. Já o Ministério Público aponta pagamento de US$ 2 milhões em propinas para que o Brasil sediasse as Olimpíadas.
Lula disse ainda que realizou reuniões com dirigentes de países como China Dinamarca e Suíça para conseguir o apoio necessário para que o Brasil sediasse a competição. Ainda segundo ele, o apoio dos países da África à postulação do Brasil foi algo “natural, uma vez que em seu governo o país se aproximou do continente africano ao ampliar o comercio internacional e ao abrir diversas embaixadas.
Ao término do depoimento, Bretas elogiou Lula ao afirmar que ele “é uma figura importante no nosso país, é relevante sua história para todos nós. Para mim inclusive, que, aos 18 anos, estava aqui num comício com um milhão de pessoas e usando um boné e a camiseta com seu nome”. Lula disse em seguida: “Pode usar agora. Quando eu fizer um comício agora vou chamar o senhor para participar”.
Brasil 247