O Legislativo campinense é formado por uma maioria conservadora. E, claro, não há nenhum problema nisso. Todos que ocupam as cadeiras na Casa de Félix Araújo foram eleitos pela população de Campina Grande. Mas o viés ideológico de uma parte dos vereadores tem diminuído o debate de alguns temas que são, para a cidade, também importantes.
Na sessão desta quinta-feira, a maioria dos vereadores rejeitou um requerimento proposto pela vereadora Jô Oliveira (PC do B), propondo a realização de uma audiência pública para discutir políticas públicas voltadas para a comunidade LGBTQIAP+.
Ao recomendar o voto contrário o líder da bancada governista, Alexandre do Sindicato (PSD), disse que a ‘Casa’ precisava se dedicar à análise de muitos projetos e que não havia urgência para a realização da audiência.
“Uma justificativa totalmente sem sentido, que não convence. Sobretudo porque, em muitos casos, as audiências públicas são realizadas em horários que não interferem nas sessões ordinárias do Legislativo.”
Além disso, a reprovação desse tipo de requerimento não é uma prática comum dos vereadores campinenses. Via de regra, a Câmara aprova a realização de audiências públicas.
E mais. A comunidade LGBTQIAP+ tem direitos e deveres iguais a outros segmentos. São cidadãos e cidadãs que pagam impostos, enfrentam dificuldades comuns à coletividade e devem ocupar, por isso, o espaço do Legislativo municipal para a apresentação de suas demandas.
Coube ao vereador Rubens Nascimento (DEM), que também é conservador, diminuir o grau de insensibilidade da recusa à proposta. A vereadora Jô Oliveira também protestou.
Rubens lembrou, de forma sensata, que o Legislativo municipal não pode limitar-se a discussões que são afeitas ao pensamento ideológico da maior parte da ‘Casa’. As minorias e outras correntes precisam ser ouvidas.
O conselho, contudo, não foi seguido pela maioria dos presentes. Uma lástima…
Jornal da Paraíba