O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de R$ 25,135 bilhões em março, recorde para o período, mas dentro do esperado, o que mantém o país no caminho para cumprir a meta fiscal deste ano.
Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de déficit primário de R$ 24,8 bilhões. Foi o pior dado para março na série histórica do Banco Central, iniciada em dezembro de 2001.
A performance foi puxada pelo resultado do governo central (governo federal, BC e Previdência), negativo em R$ 25,531 bilhões, divulgou o BC nesta segunda-feira (30). Na semana passada, o Tesouro Nacional já tinha informado que o rombo recorde para o governo central no período foi influenciado pela estratégia do governo de adiantar o pagamento de precatórios.
Por sua vez, os governos regionais (Estados e municípios) tiveram superávit primário —economia feita para pagamento da dívida pública— de R$ 552 milhões em março, enquanto as empresas estatais tiveram déficit de R$ 156 milhões.
No acumulado do primeiro trimestre, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 4,391 bilhões. No mesmo período de 2017, foi de R$ 2,197 bilhões. Em 12 meses, o déficit primário foi a R$ 108,389 bilhões, equivalente a 1,64% do PIB (Produto Interno Bruto).
Para 2018, a meta é de rombo de R$ 161,3 bilhões, que deverá marcar o quinto resultado seguido no vermelho do país. Como consequência desse descompasso entre receitas e despesas, a dívida pública tem seguido trajetória de alta.
Em março, a dívida pública bruta ficou em 75,3% do PIB, acima do patamar de 75,1% em fevereiro, mas abaixo da projeção de analistas ouvidos pela Reuters de 75,5%.
Já a dívida líquida cresceu a 52,3% do PIB, sobre 52% em fevereiro, ligeiramente abaixo da expectativa de 52,4%.
Fonte: Folha de SP