Em entrevista concedida à jornalista Miriam Leitão, na Globonews, no domingo 07, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e os ex-ministros Marina Silva e Ciro Gomes, falaram em unir forças para defender a democracia no País, deixando para atrás as diferenças políticas e partidárias.
Incisivo, Ciro cobrou um posicionamento de figuras e partidos políticos diante da “escalada do autoritarismo”. “Vamos defender a democracia e quem não vier é traidor”.
Tudo indica que a fala do ex-governador do Ceará tenha se referido ao posicionamento de Lula que pediu cautela ao PT antes que a legenda anuncie adesão aos manifestos suprapartidários a favor da democracia. Para o ex-presidente, ainda falta um posicionamento mais claro dos movimentos e uma insurgência contra a perda de direitos trabalhistas.
“Li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora. Não se fala em classe trabalhadora, nos direitos perdidos”, afirmou Lula em reunião extraordinária do diretório do partido, transmitida ao vivo pelo Facebook, na última semana.
Ainda durante o debate, FHC disse que a luta não é só política, mas social e econômica. “Não podemos nos calar. O passado ficou no passado, agora temos que unir forças”, assentiu o ex-presidente.
Já a ex-ministra Mara Silva reforçou a necessidade da agenda diante o crescimento das vítimas de covid-19. “acima de nós há 36 mil mortos por covid-19 e a defesa do Estado de Direito”.
Os debatedores criticaram a tentativa do governo de ocultar as estatísticas da pandemia. Marina falou em crime de responsabilidade e citou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, crie uma comissão técnica para coordenar o acompanhamento da pandemia. “Maia tem condições para isso”, disse.
“A direita no poder não consegue ver a realidade e se agarra a fantasmas. Governar não é criar dissenso, mas criar consenso.”, declarou Fernando Henrique Cardoso, ao afirmar que não dá mais pra esconder nada de ninguém, já que há imprensa livre e combatente, além das redes sociais.
Ciro Gomes, por sua vez, se referiu à pandemia do coronavírus como “tragédia” no país e questionou: “Quero saber se os militares vão querer ser responsabilizados por essa tragédia”, fazendo menção aos 23 militarem que ocupam cargos na pasta da Saúde.
Carta Capital