O candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, cantou a música “Tempos Modernos” na noite desta quarta-feira (12) junto com o compositor Caetano Veloso e o vocalista Tico Santa Cruz, da banda Detonautas, durante uma “live” (transmissão ao vivo) pelo Facebook.
O presidenciável e os músicos fizeram a performance ao final de uma conversa entre Ciro e Tico sobre cenário político e propostas do pedetista. Caetano participou somente do encerramento da transmissão. O compositor baiano e o músico carioca apoiam a candidatura de Ciro Gomes ao Palácio do Planalto.
Antes de cantar a música, Tico Santa Cruz disse não saber em quem Lulu Santos votará nas eleições de outubro, mas afirmou que, na avaliação dele, a canção “tem a ver” com o momento.
“A gente preparou uma do Lulu para cantar. Eu acho que tem a ver com este momento. Eu peço permissão ao Lulu, não sei em quem ele vai votar, mas acho que a música tem uma mensagem que eu acho que vale a pena”, disse Tico.
Ciro Gomes também afirmou não saber em quem Lulu vai votar, mas disse ser “fã” do cantor.
“Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear”, diz a primeira estrofe da canção.
A música de Lulu Santos também afirma: “Vamos viver tudo que há para viver, vamos nos permitir”.
Carta de Temer
Em agosto, o presidente Michel Temer enviou uma carta a Caetano Veloso para responder a uma comparação que o músico fez entre o emedebista e Ciro Gomes.
O cantor afirmou que “Temer é dissimulado, cria conchavos, não pensa no povo e é do passado”. Já Ciro, na avaliação de Caetano, “fala com coragem”, enquanto Temer “cala com astúcia”.
Na carta enviada a Caetano, o presidente disse que ”nunca fugiu de embates” e que “em política, não há conchavos na prática do presidente, mas articulação”.
Criticas a Bolsonaro e Mourão
Na transmissão desta quarta, Ciro Gomes voltou a fazer críticas ao adversário Jair Bolsonaro (PSL) e ao candidato a vice na chapa, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB).
O pedetista disse que o candidato do PSL é “muito vazio”, o que é uma característica da “formação militar no nível precário onde ele saiu”. Bolsonaro é capitão reformado do Exército.
“Se ele [Bolsonaro] fosse um general, qualificado, tivesse feito os cursos, etcétera, ele poderia até não ser tão tosco”, disse.
Em seguida Ciro acrescentou: “Embora o vice [Mourão] dele [Bolsonaro] seja um um jumento de carga. Ele não merece outro adjetivo de tão burro, tão quadrado, tão estúpido, imbecil que é. Estou doido para demonstrar isso para a população, mas por enquanto vai ficando isso, para saber que nenhum brasileiro civil vai ter medo de um sargentão tipo esse cidadão”.
Mais cedo, a assessoria do general Mourão divulgou uma nota em que diz que “baixaria desse nível não interessa a ninguém. Apenas a pessoas desesperadas, que não representam o pensamento nacional. Ofensas, partindo de Ciro Gomes, não têm relevância” para o militar da reserva.
Ainda em relação a Bolsonaro, Ciro afirmou, durante a transmissão, que caso o adversário do PSL seja eleito, o assessor para assuntos econômicos Paulo Guedes deixará o governo “em 15 dias”, porque Bolsonaro e Guedes pensam de formas diferentes.
O pedetista disse também que, se o eleitor está preocupado com a possibilidade de o Brasil “se transformar em uma Venezuela”, não deve votar em Bolsonaro.
“O que que está acontecendo na Venezuela? Sob o ponto de vista político, um grupo poderoso, no caso o [Nicolás] Maduro, que, perdendo substância na sociedade, vai recrudescendo os mecanismos autoritários de controle de poder. Ora, isso é exatamente o modelo que Bolsonaro representa”, afirmou.
G1