Inspirados nos passos do governador Ricardo Coutinho, seus aliados políticos começaram 2018 dando tratos à bola para fornecer alternativas de composição da chapa majoritária que terá o aval do socialista em palanques e cuja cabeça, a dados de hoje, mantém-se prometida para o secretário João Azevedo(PSB), da Infraestrutura e Recursos Hídricos. O novo ano começa com o recrudescimento da ofensiva para atrair o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo para o esquema ricardista, aproveitando-se do desconforto dele no PMDB, onde chegou a ser punido pela Executiva Nacional por ter votado pela abertura de processo de investigação do presidente Michel Temer na Câmara.
Veneziano está de malas arrumadas para deixar o PMDB, inclusive, por constatar que não há espaço para uma candidatura sua ao governo, diante da pretensão que o senador José Maranhão tem apregoado. Fontes políticas afirmam que Veneziano passou a sonhar com a hipótese de ser adotado como candidato à sucessão de Ricardo pelo esquema deste, uma vez desfiliado do PMDB. Mas as mesmas fontes adiantam que o ex-prefeito de Campina Grande tem uma postura realista diante dos fatos e sabe que não será fácil a saída de Azevedo do páreo. A sugestão de lançamento da ex-deputada Nilda Gondim, mãe de Veneziano, para a vice-governança na chapa de Azevedo passou a ser levada em conta, dependendo do partido a que o “clã” vá se filiar.
Fora daí, trabalha-se no esquema governista para viabilizar composição ampla capaz de derrotar as forças de oposição que combatem a administração e a liderança de Ricardo Coutinho. As projeções sinalizam para alianças até então tidas como improváveis, como a união do deputado federal Luiz Couto (PT) e do ex-senador Efraim Morais (DEM) no palanque de Azevedo. Couto, de há muito, tem seu nome cogitado para candidatar-se ao Senado, em coligação com o esquema ricardista. O deputado federal Efraim Filho, do DEM, é cotado para a vice-governança na chapa de Azevedo, podendo o seu pai, o ex-senador Efraim Morais, presidente estadual do Democratas, ser incluído como suplente de senador. Os Morais e petistas acentuaram divergências no episódio do impeachment de Dilma Rousseff, que o DEM apoiou. Mas diz-se que o governador Ricardo Coutinho será o mediador da aproximação entre eles na campanha de 2018, fazendo o papel de ”algodão entre cristais”.
Nenhuma opção é descartada nas hostes ricardistas para bater adversários este ano. Tem sido ventilada nas últimas horas, por exemplo, a tese de que é preciso fomentar e aliciar dissidências em outros partidos para reforçar o esquema que tem como expoente, atualmente, o secretário João Azevedo. Não se descarta, nem mesmo, conversa com o atual prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB, parente do senador Cássio Cunha Lima, que tenta se firmar como candidato ao governo mas estaria sendo “cristianizado” diante do apoio de Cássio à virtual candidatura do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) que tenta aglutinar uma frente de oposição em torno do seu nome. “Romero pode vir a ser a joia da Coroa de Ricardo em 2018”, informou, “em off”, uma fonte altamente credenciada, alertando para a eclosão de uma reviravolta em alto estilo que seria patrocinada pelo governador Ricardo Coutinho.
Do Os Guedes