O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem uma cirurgia prevista na sexta-feira (25) em São Paulo para retirar um cálculo na bexiga.
A intervenção deve ser realizada no Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or São Luiz, na capital paulista.
As informações foram passadas à Folha de S.Paulo por auxiliares da Casa Civil. Procurada pela reportagem, a Secom (Secretaria de Comunicação) afirmou que “ainda não há detalhes sobre o assunto até o momento”. Segundo o órgão, “as informações serão repassadas oportunamente”.
O presidente anunciou que faria a cirurgia em declaração a apoiadores, no dia 1º de setembro, na portaria do Palácio da Alvorada. Ele disse que tem o cálculo, “maior do que um grão de feijão”, há mais de cinco anos.
No vídeo, uma apoiadora pergunta se o presidente está bebendo mais água. “Eu não estou com cálculo renal, não. Este cálculo aqui é de estimação. Eu tenho há mais de cinco, maior do que um grão de feijão. E resolvi tirar porque deve estar aí ferindo internamente a bexiga”, respondeu.
A cirurgia deverá ser realizada após Bolsonaro visitar o Rio de Janeiro, na quinta-feira (24).
Há a previsão de viagem do presidente a Resende. Na quinta-feira (17), durante uma transmissão na internet, ele disse que deverá dormir na ala de artilharia da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras).
Bolsonaro, 65, já passou por quatro cirurgias em dois anos.
A primeira foi realizada quando o então candidato à Presidência sofreu um atentado a faca durante um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018.
No dia 12 do mesmo mês daquele ano, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de emergência no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para onde foi transferido um dia após o atentado.
O resultado de uma tomografia levou a equipe médica a fazer um novo procedimento, em que foram retiradas aderências que obstruíram o intestino delgado do paciente.
Já como presidente, no dia 28 de janeiro de 2019, Bolsonaro fez uma nova cirurgia, com sete horas de duração, para retirada da bolsa de colostomia.
A última cirurgia aconteceu no dia 8 de setembro do ano passado, quando médicos corrigiram uma hérnia na região do abdômen em decorrência das múltiplas incisões feitas no local.
No dia 7 de julho deste ano, o presidente afirmou que havia contraído o novo coronavírus, após realizar um novo exame para detectar a Covid-19 um dia antes. “Estou perfeitamente bem”, afirmou Bolsonaro, na ocasião, ao anunciar, de máscara, o resultado positivo para Covid-19.
O presidente decidira realizar o teste após ter sintomas leves: febre baixa e tosse. Na ocasião, em nota, a assessoria do Palácio do Planalto disse que Bolsonaro mantinha “bom estado de saúde”.
O presidente tem minimizado a pandemia. Ele já chamou a doença de gripezinha e disse haver muita histeria no enfrentamento à Covid-19.
Neste sábado, ele afirmou que foi motivo de chacota, mas que “graças a Deus” estava no caminho certo no enfrentamento à pandemia. O presidente também voltou a criticar o Judiciário.
O Brasil já registrou, desde o início da pandemia, mais de 135 mil mortes em decorrência da Covid-19.
Segundo ele, a normalidade deve ser restabelecida ainda neste ano. Bolsonaro afirmou ainda que o Brasil foi o país do mundo que melhor se saiu, em relação à economia, durante a pandemia.
“Se naquela época [início da pandemia] até mesmo a chacota se fez presente, hoje, graças a Deus, estamos vendo que estávamos no caminho certo. Se Deus quiser, voltaremos à normalidade ainda no corrente ano”, disse durante convenção da igreja Assembleia de Deus, em Brasília, neste sábado.
Nesta sexta-feira (18), em evento em Sorriso (MT), Bolsonaro havia voltado a minimizar a Covid-19. Ele parabenizou os produtores agrícolas que “não entraram na conversinha mole de ficar em casa”.
“Vocês não pararam durante a pandemia. Vocês não entraram na conversinha mole de ‘fica em casa’. Isso é para os fracos”, disse a uma plateia de produtores rurais e apoiadores em Sorriso, no norte do estado.
ALTA MÉDICA DE MENDONÇA
Neste sábado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que o titular da pasta, André Mendonça, 47, recebeu alta do Hospital Brasília.
Ele havia sido internado no domingo passado (13), quando foi submetido a um cateterismo após ter sentido uma dor torácica durante a madrugada.
“Por recomendação médica, ele ficará em teletrabalho nas próximas três semanas”, afirmou, em nota, a assessoria de comunicação da pasta.
No dia da internação, a assessoria havia informado que a equipe de cardiologia do hospital descartara infarto. Fora diagnosticada miocardite aguda, “inflamação do músculo do coração desencadeada, na maioria das vezes, por um processo viral”.
Mendonça não recebeu diagnóstico de Covid-19. Na nota deste sábado, ele fez agradecimentos. “O ministro agradece a Deus pela saúde, assim como as orações e toda a assistência recebida da equipe do Hospital Brasília”, afirmou a assessoria.
Folha