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Biden anuncia doação imediata de 6 milhões de doses da vacina anti-Covid para América Latina, incluindo o Brasil

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O governo dos Estados Unidos detalhou nesta quinta-feira seu plano para a doação de 25 milhões de vacinas anti-Covid, a primeira parte de um lote de 80 milhões de injeções que serão exportadas até o fim de junho. Ao menos 19 milhões das doses imediatas serão alocadas pelo Covax, o consórcio comandado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Seis milhões delas serão doadas para países da América Latina, entre eles o Brasil.

O Brasil, contudo, ficou de fora do rol de nações que receberão doações diretas de Washington neste primeiro momento. As 6 milhões de vacinas que não serão entregues ao Covax serão distribuídas de acordo com “prioridades regionais” e parcerias. Os recipientes incluem a Índia, o epicentro global da crise sanitária, México, Canadá, Coreia do Sul e os territórios palestinos ocupados da Cisjordânia e de Gaza, onde o grupo Hamas travou uma guerra com Israel no início do mês.

O México, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador, deverá receber já na sexta-feira 1 milhão de doses da Johnson & Johnson. Outras 1 milhão de injeções do mesmo laboratório serão enviados para Seul ainda nesta quinta.

Além do Brasil, as seis milhões de doses do Covax que virão para América Latina serão distribuídas entre Argentina, Colômbia, Costa Rica, Peru, Equador, Paraguai, Bolívia, Guatemala, El Salvador, Honduras, Panamá, Haiti e países caribenhos. Ainda não está claro como a distribuição será feita, quais doses serão entregues ou o prazo para que cheguem aos seus destinos.

A quantia garantirá uma cobertura significativamente pequena em uma região com mais de 652 milhões de habitantes — é inferior, por exemplo, às 7 milhões de doses já doadas pela Espanha. Segundo o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, dos 10 países com mais casos registrados diariamente por milhão de habitantes, apenas três não estão na América Latina ou no Caribe.

De acordo com o governo americano, os critérios para a distribuição são baseados em “estatísticas sanitárias” e informações científicas, sem levar em conta afinidades políticas ou tentativas de “assegurar favores de outros países”. Washington disse ainda que priorizará países com planos de vacinação já prontos que precisem de doses para imunizar trabalhadores na linha de frente e grupos de risco e conter crises sanitárias agudas.

Pressão crescente

As doações vêm em meio à pressão crescente sobre Washington, que impôs medidas protecionistas que de fato bloquearam a exportação de doses anti-Covid, obrigando as farmacêuticas a priorizarem o mercado americano. As regras, criadas ainda durante o mandato de Donald Trump, só foram parcialmente aliviadas pelo governo americano nesta quinta.

De acordo com o governo americano, a partir de agora a AstraZeneca, a Novovax e a Sanofi — nenhuma delas produtora de vacinas já autorizadas nos EUA — não precisarão mais priorizar o mercado americano. As doses da Pfizer BioNTech, da Moderna e da Johnson & Johnson, usadas nos EUA, continuarão limitadas pela Lei de Produção de Defesa, legislação da época da Guerra da Coreia que bloqueia a exportação de produtos-chave para o país.

Enquanto os EUA já imunizaram cerca de 51% da população americana com ao menos uma dose e começam a vacinar adolescentes, menos de 1% das doses aplicadas até o momento foram para países pobres. Há semanas, muitos estados vêm rejeitando as doses alocadas por Washington, já que o número de braços dispostos a tomá-las é inferior à oferta.

Até o momento, os EUA só haviam exportado 4 milhões de doses da AstraZeneca, em um “empréstimo” feito em março ao Canadá e ao México, ficando na retaguarda da diplomacia da vacina. A China, por exemplo, já exportou 300 milhões de doses, em sua maior parte para países em desenvolvimento e entregou 15 milhões de doses ao Covax.

A Rússia e a Índia, antes de ver os casos explodirem em seu território, também enviaram milhões de doses para nações com dificuldades de acessar as doses produzidas nos EUA e na Europa.

Distribuição

Sete das 19 milhões de doses que serão entregues ao Covax irão para a Ásia: além da Índia, cujo forte lobby de imigrantes e descendentes nos EUA pressionava por uma mudança de conduta do governo americano, Nepal e Bangladesh também constam entre os beneficiários. Ambas as nações veem em seus territórios reflexos da crise indiana, que cruza as fronteiras.

Países do Sudeste Asiático, onde a transmissão do coronavírus cresce rapidamente, também receberão doses. Outra receptora será Taiwan, ilha que a China considera como uma província rebelde e alvo de disputas constantes entre Washington e Pequim. As 5 milhões de vacinas restantes irão para a África, para países que serão selecionados em conjunto com a União Africana.

Ainda não está claro de quais laboratórios serão as primeiras 25 milhões de vacinas exportadas, mas os EUA já haviam afirmado que, das 80 milhões de vacinas que serão distribuídas até o fim de junho, 60 milhões serão doses da AstraZeneca e o restante, um misto de vacinas da Moderna, da Johnson & Johnson e da Pfizer-BioNTech.

A Casa Branca promete anunciar nos próximos dias como irá distribuir até o fim do mês as 55 milhões de injeções restantes, mas indicou que seguirá a mesma proporção: ao menos 75% irão para o Covax e os outros 25%, para doações diretas para países “em necessidade, que experimentam surtos, vizinhos imediatos e outros países que pediram assistência direta americana”.

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