A Polícia Federal diz que o esquema instalado na Secretaria de Relações do Trabalho tinha dois grupos que disputavam influência para aprovar ou rejeitar registros sindicais, mas que mantinham “relação cordial” porque as fraudes dependiam de manifestações conjuntas nas notas técnicas. A disputa se dava também de acordo com as conveniências do lado político que exercia influência em cada grupo, afirma a PF.
Na cúpula da secretaria, sob influência do Solidariedade e da Força Sindical, estava Carlos Lacerda, que integra os quadros do partido e da central. Apoiado pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP), Lacerda caiu em abril, junto com seu braço direito, Leonardo Cabral, e a servidora Renata Frias Pimentel. As determinações de Paulinho, transmitidas por seu chefe de gabinete na Câmara, Marcelo Cavalcanti, eram cumpridas “de forma cega” por Lacerda, segundo a PF, informa reportagem do Estadão.
Do lado sob influência do PTB estava o servidor Renato Araújo Júnior, que, segundo a PF, atuava com o deputado Wilson Filho (PTB-PB) e o primeiro-secretário-geral do partido, Norberto Martins – apontado como intermediário do presidente da legenda, Roberto Jefferson. Araújo Jr. contaria com Jéssica Capeletti – apontada como integrante do “núcleo captador” do esquema investigado pela Registro Espúrio –, tanto na elaboração de notas técnicas quanto para estabelecer contato com o “núcleo administrativo” do grupo. Nessa relação, PTB e Solidariedade, segundo a PF, “tomaram de assalto” o Ministério do Trabalho.
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