O vereador João Almeida (Solidariedade) chamou a atenção de seus pares para o que nomeou de “pequenez” nos discursos em plenário que indagam sobre a autoria e fonte dos recursos referentes às obras realizadas na Capital. Ao falar em tribuna, na sessão ordinária desta manhã de terça-feira (22), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o parlamentar ainda comentou que nenhum gestor público teria coragem de colocar o Jampa Digital para funcionar, oferecendo internet gratuita para a população em espaços públicos da cidade.
“Fico triste com a pequenez em alguns discursos, feitos em relação à autoria das obras realizadas em João Pessoa e de onde teria vindo o recurso. O que importa são as benfeitorias para a cidade, e se as verbas estão sendo empregadas com rigor e responsabilidade. Acho um discurso pequeno para a grandeza desta Casa. Enxerguemos os problemas, as ações mal planejadas na Capital, e cobremos aos responsáveis por melhorias”, alertou João Almeida.
O parlamentar destacou que o Viaduto do Geisel e o Hospital Metropolitano não seriam do governador Ricardo Coutinho (PSB), assim como a revitalização do Parque da Lagoa e a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na cidade não seriam do prefeito Luciano Cartaxo (PV).
Após isso, o vereador comentou que, depois do caso Jampa Digital, “nenhum secretário, adjunto ou técnico teve coragem de mexer na ferida pra oferecer internet gratuita pro povo”. João Almeida ainda afirmou que na Capital há antenas instaladas, 60% da infraestrutura necessária ao programa em ordem, mas que “há o medo de tocar no assunto”.
“Carecemos de cinco, dez, quinze anos, para que isso passe e o pessoense tenha acesso gratuito à internet em espaços públicos. Muitos não têm coragem, pois percebem o problema que é quando tentam mexer no assunto”, declarou o parlamentar.
Jampa Digital
Foi um programa lançado pelo então prefeito Ricardo Coutinho (PSB), em seu segundo mandato como chefe do Executivo da Capital, em 2010. O objetivo era oferecer internet gratuita na orla de João Pessoa, no entanto, o serviço não funcionou.
As investigações em torno do caso apontaram possíveis fraudes. Na última quarta-feira (16), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) julgou irregular a execução das despesas referentes à implantação do Jampa Digital. A corte apontou um superfaturamento de R$ 840 mil na compra dos equipamentos destinados à disponibilização de internet gratuita na Capital.
CMJP
