O presidente Michel Temer organiza na noite desta terça-feira (24) um jantar com a presença das lideranças regionais do MDB para saber quais destes líderes estão apoiando sua candidatura à reeleição da Presidência da República. Entre as lideranças que já confirmaram presença ao jantar está o senador paraibano e pré-candidato ao governo do Estado, José Maranhão.
O partido tem se mostrado dividido desde que, com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Renan Calheiros (AL) começou a liderar um movimento de dissidência dentro do MDB para tentar fragilizar ainda mais a candidatura à reeleição do presidente Michel Temer.
Renan articula com emedebistas o lançamento de uma chapa presidencial concorrente à de Temer na convenção nacional do partido, em julho. As conversas com líderes da sigla já começaram.
A ideia é buscar o controle de diretórios regionais para que o partido chegue dividido à convenção. Renan começou pelos estados cujas lideranças emedebistas têm ligação com Lula ou se beneficiam da persistente popularidade do ex-presidente.
Dentre eles estão Eduardo Braga, no Amazonas, ex-ministro de Dilma Rousseff, e Jader Barbalho, no Pará. Também estão na lista da primeira rodada de negociação Ceará e Paraná, com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o senador Roberto Requião, respectivamente.
Caso aceitem mudar de lado, teriam o apoio do PT ou de outro partido de esquerda em uma coligação local.
Na Paraíba esta articulação seria um pouco mais difícil, visto que o próprio presidente do PT no estado, Jackson Macedo, desmente esse suposto acordo com o MDB nacional. “Como foi que o Renan encontrou o Lula, que está preso? Acordo feito por telepatia? Por meio daqueles recadinhos secretos mandados para preso dentro de caneta, com pombo correio?”, ironizou.
Do lado do MDB, parlamentares que participaram das conversas afirmam que a chapa dissidente pode até abrir mão de um nome do MDB à Presidência. O partido teria a vice-presidência.
Nas conversas, o senador defende que o MDB não pode ficar refém de Temer, cujo projeto de governo, avalia, não decolou. Renan se move nesse tabuleiro em busca da sobrevivência política. O senador e seu filho, Renan, são candidatos à reeleição, ao Senado e ao governo de Alagoas, respectivamente.
Para Renan, a economia se recuperou, mas o crescimento ainda é pífio. Tanto que Temer, no melhor cenário, segundo última pesquisa Datafolha, alcança 2% de intenções de voto nas pesquisas.
Pivô do programa econômico de Temer, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles é elogiado pelo senador. Porém, Renan vislumbra dificuldades para que Meirelles convença o partido de que é o candidato certo, seja a vice de Temer ou no lugar do presidente, na cabeça da chapa.
Recentemente, Meirelles trocou o PSD, do ministro Gilberto Kassab (Comunicações), pelo MDB para ser o candidato do governo à Presidência, mas só tem 1% de intenção de voto.
Nesta terça-feira (24), está previsto um jantar oferecido pelo presidente Temer a todas as lideranças regionais do MDB. No encontro, o presidente pretende extrair o compromisso de apoio dos diretórios à reeleição.
Fonte: Click PB