O ex-governador Geraldo Alckmin bateu o martelo e vai se filiar ao PSB na próxima quarta-feira (23), em Brasília, para ser candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento será às 10h.
Alckmin deixou o PSDB após 33 anos. O ex-governador também havia recebido convites para se filiar ao PV e Solidariedade com o objetivo de ser vice na aliança com o petista, mas acabou optando pelo PSB.
Agora, a expectativa no PT é que Lula oficialize sua pré-candidatura à Presidência.
As tratativas para a formação da chapa acontecem desde o ano passado. Os dois já se encontraram diversas vezes reservadamente e, em dezembro de 2021, eles fizeram a primeira aparição pública juntos no jantar do grupo Prerrogativas, em um restaurante de São Paulo.
No dia 19 de janeiro deste ano, o ex-presidente defendeu a união com Alckmin em torno de sua candidatura. “Da minha parte não existe nenhum problema de fazer aliança com Alckmin e ter ele de vice. Nós vamos construir um programa de interesse para a sociedade brasileira”, afirmou na ocasião.
Segundo interlocutores, Lula já afirmou que, com o tucano de vice, poderia dormir tranquilo: Alckmin, que foi quatro vezes governador, teria experiência e estatura política. E não transformaria a vice-presidência em um centro de conspiração e sabotagem para desestabilizar o governo.
A aliança entre os dois foi sendo costurada pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo ex-governador Márcio França (PSB), ambos pré-candidatos ao Governo de São Paulo.
Os dois partidos discutem a formação de uma federação no plano nacional, em que se uniriam em torno da candidatura de Lula à Presidência. Nesse caso, as legendas são obrigadas a se juntar também em São Paulo, lançando apenas um candidato ao governo do estado, como exige a lei das federações
O PT de São Paulo ainda está reservando a vaga de candidato ao Senado pela chapa de Fernando Haddad para ser ocupada por França, do PSB.
A legenda acredita que França pode recuar da candidatura própria para um acordo que una as duas forças e demais partidos de centro-esquerda no estado.
Conforme revelou a Folha, o ex-presidente da concessionária Ecovias Marcelino Rafart de Seras afirmou em delação premiada que Alckmin recebeu R$ 3 milhões em caixa dois nas eleições de 2010 e 2014. Em ambas as ocasiões, ele se elegeu governador. O ex-tucano nega a acusação.
Aliados do PT e do ex-presidente Lula saíram em defesa do ex-governador paulista.
Com Folha Online