Os mais de 4 milhões de brasileiros que se vacinaram com a vacina da Janssen devem tomar uma dose de reforço, do mesmo imunizante, entre dois e seis meses após a primeira aplicação. A orientação é baseada em estudos científicos que mostram aumento significativo na imunidade após a aplicação de mais uma dose da vacina, principalmente com intervalo mais longo, de seis meses. A recomendação do Ministério da Saúde foi divulgada em uma Nota Técnica nesta quinta-feira (25).
As evidências científicas apontam que os níveis de anticorpos aumentam nove vezes após uma semana da dose de reforço da Janssen, quando aplicada com intervalo de seis meses. As pesquisas também mostram que esse índice segue aumentando em até 12 vezes quatro semanas após a aplicação do reforço.
Ainda segundo a Nota Técnica, uma pesquisa dos Estados Unidos mostrou que a dose de reforço, aplicada com no mínimo dois meses de intervalo, forneceu até 94% de proteção contra a Covid-19. Com a dose única da vacina, esse índice é de 75%. O mesmo estudo ainda apontou que os níveis de anticorpos aumentaram entre quatro e seis vezes com a dose de reforço. Esses resultados embasaram o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), que também recomendou o reforço.
Até agora, o Brasil já recebeu 6,6 milhões de doses da Janssen, sendo que 3 milhões foram doadas pelo governo dos Estados Unidos. Outros três lotes entregues, de 3,6 milhões de doses, são do contrato do Ministério da Saúde com a farmacêutica. No total, o Governo Federal encomendou 38 milhões de vacinas para 2021. No momento, cerca de 2 milhões de doses estão em análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). A previsão do laboratório é que mais 2,8 milhões de doses sejam entregues no começo de dezembro e o restante até o fim do mês. Esses quantitativos são suficientes para a aplicação do reforço de quem se vacinou com a Janssen dentro do intervalo recomendado de até seis meses.
A Nota Técnica traz ainda uma recomendação para as mulheres que se vacinaram com a Janssen e que estão grávidas neste momento. Neste caso, o reforço deve ser feito com a vacina da Pfizer, respeitando o mesmo intervalo.