O presidente também negou que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tenha interferido na elaboração da prova. Na semana passada, Bolsonaro chegou a dizer que a prova deste ano começava a ter a “cara do governo”. Além disso, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, pediram exoneração às vésperas da prova. A estratégia do Ministério da Educação tem sido dizer que a insatisfação de servidores do Inep se deve na verdade a mudanças no sistema de pagamento de uma gratificação, o que é refutado pela associação que representa os funcionários do órgão. Servidores do Inep vêm relatando casos de assédio moral envolvendo Danilo Dupas, presidente do Inep.
— Estão acusando o ministro Milton de ter interferido na elaboração das provas. Olha, se ele tivesse a capacidade, não teria nenhuma questão de ideologia nesse Enem agora, que teve ainda. Você é obrigado a aproveitar banco de dados de anos anteriores. Agora dá para mudar? Já está mudando. Não viram mais linguagem de tal tipo de gente com tal perfil. Não existe isso aí. A linguagem, o que o cara faz dentro de quatro paredes, problema dele. Agora não tem mais aquilo. A linguagem neutra não sei de quê. Não tem mais — disse Bolsonaro em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente.
Ele afirmou que não dá para “dar um cavalo de pau” no Ministério da Educação e promover grandes mudanças de imediato.
— Tem ministério que é um transatlântico. Não dá para dar um cavalo de pau. Eu gostaria de colocar imediatamente “Educação Moral e Cívica”, um monte de coisa — afirmou Bolsonaro.
A prova do Enem é realizada em dois dias. O primeiro foi no último domingo, e o segundo será no próximo.