O presidente Jair Bolsonaro deixou o hotel em que está hospedado em Nova York, na noite deste domingo, com parte da comitiva que o acompanha na viagem oficial para comer em uma pizzaria nas redondezas, de acordo com alguns dos que o acompanharam no “jantar”.
Em conversa informal com jornalistas no saguão do hotel em que a delegação brasileira está hospedada para participar da Assembleia Geral da ONU, alguns dos ministros que acompanham Bolsonaro na viagem oficial, como o chanceler Carlos Alberto França, e ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, disseram que haviam acompanhado o presidente a uma pizzaria a 500 metros de distância, percurso que percorreram a pé.
Também teriam acompanhado o presidente os ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres; do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno; da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos; e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, dentre outros. O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, postou uma foto com parte do grupo em frente à pizzaria em seu perfil do Instagram. Assessores teriam levado pizzas para alguns dos integrantes da delegação que permaneceram no hotel.
Não é a primeira vez que o presidente opta por uma refeição mais informal em uma viagem internacional. Mas a escolha deste domingo chama especial atenção em decorrência da polêmica recente envolvendo a recusa de Bolsonaro em se vacinar contra a Covid-19 e as regras que exigem apresentação de comprovante de imunização para acessar uma série de estabelecimentos na cidade de Nova York.
A pizzaria escolhida por Bolsonaro não tem mesas internas. Os clientes fazem os pedidos no balcão e retiram os produtos para viagem. O grupo de autoridades brasileiras decidiu comer em pé, na calçada. Caso optassem por comer na parte interna de um restaurante, ficariam sujeitos às regras do decreto municipal que regulamenta a questão na cidade.
Mais cedo, um pequeno grupo de manifestantes aguardava a comitiva presidencial na frente do Hotel InterContinental New York Barclay, onde a delegação brasileira está hospedada, quando a assessoria informou, pouco antes das 19h, pelo horário de Brasília, que o presidente já se encontrava em seu quarto.
Segurando faixas em português em inglês com os dizeres “Stop Bolsonaro”, “You are not welcome here”, “Fora Bolsonaro, fora militares”, “Brasil, terra indígena”, as cerca de dez pessoas, a maioria brasileiros, também usaram um microfone para gritar palavras de ordem contra o mandatário.
A ativista Natália de Campos, que mora nos EUA há vinte anos e faz parte do Comitê Defend Democracy in Brazil, disse que a intenção é alertar o mundo sobre as questões que são alvo de ataques por parte do governo brasileiro, como direitos humanos, dos indígenas, dos negros e direitos trabalhistas.
Ela também lembrou o fato de Bolsonaro não ter se vacinado contra a Covid-19.
O Globo