Em meio a uma crise que se arrasta nos últimos dias com membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) subiu o tom dos ataques e sugeriu que “todo mundo” tem que comprar um fuzil. A afirmação foi dada a apoiadores na manhã desta sexta-feira, ao ser questionado se ele iria “parar de brigar dentro das quatro linhas” da Constituição e “partir para o ringue”.
— Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota que diz “ah, tem que comprar feijão”. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar — declarou.
Ainda durante a conversa, Bolsonaro respondeu que não quer “interferir” em outros Poderes, mas afirmou que é “difícil governar desta maneira”.
— Tem ferramentas lá dentro (da Constituição) para ganhar a guerra. Tem gente que está do lado de fora. Difícil governar um país desta maneira. O único dos Poderes que é vigiado o tempo todo e cobrado sou eu. O que acontece para o lado de lá não tem problema nenhum. Eu não quero interferir para o lado de lá, nem vou. Agora, tem que deixar a gente trabalhar para o lado de cá.
O chefe do Executivo afirmou que o “câncer” chegou à Corte Eleitoral e que é preciso colocar um “ponto final”. Ao falar em “câncer”, Bolsonaro fez referência a uma decisão do corregedor-geral do TSE, Luis Felipe Salomão, de desmonetizar páginas que divulgam informações falsas sobre as eleições.
— Não sou machão, não sou o único certo. Agora, do outro lado não pode um ou dois caras estragarem a democracia do Brasil. Começar a prender na base do canetaço, bloquear redes sociais. E agora o câncer já foi lá para TSE, lá tem um cara também que manda desmonetizar as coisas.Tem que botar um ponto final nisso. E isso é dentro das quatro linhas (da Constituição) — disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
O Globo